França denuncia “crimes de guerra” na Síria
Conselho de Segurança da ONU reuniu de urgência após nova ofensiva das forças sírias apoiadas pela Rússia ter matado dezenas de civis em Alepo.
A França denunciou este domingo os “crimes de guerra” que estão a ser cometidos em Alepo, na Síria, acusando o regime de Bashar al-Assad e o seu aliado russo de estarem a levar por diante uma solução militar, usando as negociações como uma “cortina de fumo”. O embaixador François Delattre, representante permanente da França junto das Nações Unidas (ONU), falou aos jornalistas pouco antes de ter início uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, convocada após os intensos bombardeamentos levados a cabo pelas forças sírias em Alepo, que mataram dezenas de civis.
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A França denunciou este domingo os “crimes de guerra” que estão a ser cometidos em Alepo, na Síria, acusando o regime de Bashar al-Assad e o seu aliado russo de estarem a levar por diante uma solução militar, usando as negociações como uma “cortina de fumo”. O embaixador François Delattre, representante permanente da França junto das Nações Unidas (ONU), falou aos jornalistas pouco antes de ter início uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, convocada após os intensos bombardeamentos levados a cabo pelas forças sírias em Alepo, que mataram dezenas de civis.
A reunião do Conselho de Segurança, que estava marcada para as 15 horas de domingo (hora de Lisboa), foi pedida pela França, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, que pretendem pressionar a Rússia, e por seu intermédio o regime sírio, a restabelecer o cessar-fogo que Washington acordara com Moscovo no passado dia 9, após meses de negociações. “A França exige a aplicação imediata” deste acordo, afirmou Delattre, que comparou a situação em Alepo à que viveu Sarajevo na guerra da Bósnia ou Guernica na guerra civil espanhola.
Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, acusou a Rússia de "mentir" ao Conselho de Segurança sobre o que se passa na Síria - acusou Moscovo de "barbarismo". A Rússia e o regime sírio, disse Power, estão a arrasar com o que resta de uma cidade icónica do Médio Oriente.
Também o embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, denunciou as “violações flagrantes das leis internacionais” em Alepo e voltou a levantou o cenário de um recurso ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, hipótese já antes tentada no Conselho de Segurança, onde esbarrou com o previsível veto russo.
Perante esta nova ofensiva, Rycroft prevê que as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia “estejam próximas do fim” e apela ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que tome o assunto em mãos e “se una para impor uma acção decisiva”.
O embaixador russo não esclareceu se tropas russas estão envolvidas nos ataques a Alepo. Mas disse que a paz na Síria é "uma tarefa quase impossível neste momento".
Calcula-se que cerca de 250 mil civis estejam neste momento cercados em Alepo, sem acesso a água canalizada, e os grupos rebeldes acusam as forças sírias apoiadas pelo governo de Vladimir Putin de praticarem uma “política de terra queimada” e de estarem a usar bombas incendiárias e armas químicas em várias cidades, acusações que estão agora a ser avaliadas por investigadores da ONU.
A guerra civil síria já causou centenas de milhares de mortos e estima-se que terá deixado sem casa 11 milhões de pessoas.