Há 25 anos que não desapareciam tantos elefantes africanos
A procura de marfim disparou e o aumento da caça ilegal está a ter um impacto dramático nos elefantes africanos.
A população de elefantes africanos registou o maior recuo dos últimos 25 anos, alertou este domingo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa), citada pela AFP e a Reuters.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A população de elefantes africanos registou o maior recuo dos últimos 25 anos, alertou este domingo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa), citada pela AFP e a Reuters.
Um aumento abrupto da caça ilegal, motivado pela crescente procura de marfim em mercados asiáticos como a China, é apontado como a principal causa do recuo. A redução do habitat do elefante-da-savana e do elefante-da-floresta, as duas espécies africanas, é outra ameaça apontada.
Há neste momento 415 mil elefantes africanos, 111 mil a menos que na década passada, indica um relatório baseado em 275 contagens conduzidas em todo o continente, mas que excluem zonas em conflito como o Sudão do Sul e a República Centro-Africana.
Dados preliminares divulgados em Agosto já antecipavam uma redução drástica, indicando Angola, Moçambique e Tanzânia como os países mais afectados pela caça ilegal. Neste último país, por exemplo, a redução do número de elefantes chega a 60%, apesar do importante papel que o maior animal terrestre tem para a sua indústria turística. Por outro lado, o número de animais cresceu em países como o Botswana, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe, mas sem compensar as perdas a nível continental.
O documento foi distribuído durante a maior conferência mundial sobre o comércio de espécies selvagens, que decorre em Joanesburgo, na África do Sul, sob organização das Nações Unidas. Milhares de ambientalistas e responsáveis governamentais estão reunidos para propor nova regulamentação internacional para proteger os animais.
A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, assinada em Washington em 1973, é considerada ultrapassada pelos seus críticos e encontra-se sob pressão de países que defendem a liberalização do comércio de marfim. A Namíbia e o Zimbabwe pedem o levantamento da moratória para poderem comercializar stocks de marfim anteriormente apreendidos. Países como o Quénia, no entanto, opõem-se à proposta, alertando para o risco de se estimular a procura internacional de presas de elefante.