Ariadne, Aeolos e Atlas: os swaps que afundaram a Grécia

Goldman Sachs ajudou a esconder mais de cinco mil milhões de dívida grega, e depois apostou pela sua falência

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Foi com três nomes da mitologia grega que o Goldman Sachs baptizou as três “empresas” que iriam trocar 2.8 mil milhões de dívida grega pelas receitas futuras da lotaria, do aeroporto de Atenas e das portagens nas auto-estradas, em 2001. O negócio vai sofrendo alterações (em 2005 e 2009), já com Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, e com os olhos do Eurostat em cima das contas públicas da Grécia. No final, estavam "escondidos" 5.3 mil milhões de euros de dívida.

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Foi com três nomes da mitologia grega que o Goldman Sachs baptizou as três “empresas” que iriam trocar 2.8 mil milhões de dívida grega pelas receitas futuras da lotaria, do aeroporto de Atenas e das portagens nas auto-estradas, em 2001. O negócio vai sofrendo alterações (em 2005 e 2009), já com Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, e com os olhos do Eurostat em cima das contas públicas da Grécia. No final, estavam "escondidos" 5.3 mil milhões de euros de dívida.

Mas tudo se complicou depois da crise financeira de 2008. O Goldman, afectado pela crise do subprime, cria com outros bancos o índice “iTraxxSovX” de compra e venda de credit default swaps (CDS, seguros de risco) contra a dívida soberana dos países do sul da Europa. Ao mesmo tempo, o banco aconselhava o governo grego de Papandreu em matérias económicas. Vários fundos clientes do Goldman iniciam um ataque contra a dívida grega. Um desses fundos, Paulson & Co, investe 4 mil milhões de euros em CDS, o que significa que aposta uma fortuna na falência da Grécia. A 3 de Maio de 2010 a Grécia assina o seu primeiro memorando com a troika. Seguiu-se a Irlanda e Portugal, em Maio de 2011.