Investimento público em construção cai pelo quarto ano consecutivo

Análise da AECOPS demonstra que cada empresa de construção celebrou, em média, 2,4 contratos.

Foto
Daniel Rocha

A análise efectuada ao mercado das obras públicas pela Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) ao primeiro semestre deste ano revela “um mercado mais reduzido, com menos obras e menos entidades contratantes, mas com mais empresas a realizar obras, em média, de menor valor”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A análise efectuada ao mercado das obras públicas pela Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) ao primeiro semestre deste ano revela “um mercado mais reduzido, com menos obras e menos entidades contratantes, mas com mais empresas a realizar obras, em média, de menor valor”.

A partir da informação publicada no portal dos contratos públicos – o portal BASE, a AECOPS analisou o montante de contratos de empreitadas de obras públicas celebrados nos primeiros seis meses do ano para confirmar que este indicador está em queda pelo quarto ano consecutivo: caiu, em termos homólogos, 1,6%, fixando-se nos 446,4 milhões de euros. Este valor compara com os 719,1 milhões de euros que foram lançados em concurso nos primeiros seis de 2013, com os 597 milhões de euros registados em 2014, e com os 453,7 milhões de euros verificad0os em 2015.

Segundo a análise da AECOPS também o número de donos de obra com contratos de obras públicas decresceu, passando dos 749 registados em 2015 para 667 em 2016. A AECOPS refere ainda que o número de empresas aumentou (os números não foram divulgados) e que os valores médios contratados por empresa revelem uma queda (221 mil euros em 2016, e 227,7 mil euros em 2015). Já o número médio de contratos celebrados por empresa foi semelhante ao de 2015: 2,4 contratos por empresa.

Outro dado sublinhado pela associação é o facto de os ajustes directos continuarem a ser cada vez mais utilizados: assumiram 36% do valor total contratado nos primeiros seis meses do ano, face a 24% e 32% registados em 2014 e 2015, respectivamente.

Em termos geográficos, se nos primeiros seis meses de 2015 foi o distrito do Porto que absorveu a maior fatia de investimento público, este ano esse domínio recaiu em Lisboa, já que foi palco de cerca de 25% do total do investimento público lançado em concurso, ou seja, 98,3 milhões de euros.