Utentes perdem 3100 horas com atrasos nos transportes públicos

Mais de duas mil pessoas queixaram-se à Deco dos transportes públicos, entre Fevereiro e este mês.

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“As principais reclamações são relativas ao transporte rodoviário, que tem mais de 60% das reclamações. Depois, temos o ferroviário, com mais de 17%, e o Metropolitano com mais de 14%”, diz a Deco Daniel Rocha

Mais de dois mil utentes apresentaram queixa à Deco devido a atrasos, cancelamentos e supressões nos transportes públicos, com a linha de Sintra a registar o maior número de comboios suprimidos.

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Mais de dois mil utentes apresentaram queixa à Deco devido a atrasos, cancelamentos e supressões nos transportes públicos, com a linha de Sintra a registar o maior número de comboios suprimidos.

Em declarações prestadas nesta terça-feira à agência Lusa, a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor, Ana Sofia Ferreira, adiantou que entre 11 de Fevereiro e 19 de Setembro a Deco recebeu 2325 reclamações relativamente aos transportes públicos.

Por causa destes atrasos, os utentes perderam cerca de 3100 horas de tempo familiar e laboral.

“As principais reclamações são relativas ao transporte rodoviário, que tem mais de 60% das reclamações. Depois, temos o ferroviário, com mais de 17%, e o Metropolitano com mais de 14%”, disse.

Numa altura em que decorre a Semana Europeia da Mobilidade, a responsável salientou que os transportes rodoviário, ferroviário e metropolitano são “os mais reclamados”, sendo que a maioria das queixas diz respeito à Área Metropolitana de Lisboa.

“As principais reclamações são relativas a atrasos, a cancelamentos, à diminuição e supressão de linhas de percurso e horários. Só estes três factores representam mais de 50% das queixas dos consumidores”, adiantou.

De acordo com Ana Sofia Ferreira, têm vindo a aumentar as reclamações relativas à higiene, conforto e qualidade do material circulante, mas também das gares, estando estas últimas muitas vezes relacionada com a falta de manutenção das casas de banho, das escadas rolantes e de elevadores que não funcionam.

Para conhecer melhor a situação, salientou a coordenadora, a Deco decidiu verificar a pontualidade e a regularidade dos comboios suburbanos.

“Durante 10 dias úteis, em Maio deste ano, controlámos comboios suburbanos que circularam em todas as linhas de Lisboa, Porto e Coimbra, com destino a estas cidades e com hora prevista de chegada entre as 7h e as 10h30”, explicou.

Segundo Ana Sofia Ferreira, foram verificados 170 comboios por dia, num total de 1700. As linhas de Cascais e Sintra foram as que tiveram pior desempenho, afirmou.

“O que concluímos é que existiram alguns atrasos e algumas supressões de carruagens. Verificámos que a linha de Cascais foi a que apresentou mais atrasos, mas a de Sintra foi a que viu mais comboios suprimidos. Em 10 dias, Sintra viu 12 comboios suprimidos à hora de ponta”, disse.

A coordenadora do Gabinete de Apoio da Deco sublinhou que durante os 10 dias, as anomalias ou avarias das composições e problemas de infra-estruturas foram as principais causas verificadas.

“Estas situações não podem continuar a ser meros constrangimentos na vida dos passageiros, que registam uma perda de cerca de 3100 horas de tempo familiar e laboral, em todo o país, com larga incidência na Área Metropolitana de Lisboa”, declarou.

Ana Sofia Ferreira salientou também que entre 11 de Fevereiro e 19 de Setembro mais de 6700 consumidores já se inscreveram na Plataforma Queixas dos Transportes e assinaram a Carta dos Direitos dos Passageiros de Transporte Público Coletivo proposta pela associação.