Notícia de que grupo Lena tinha confessado subornos a Sócrates estava errada

Correio da Manhã atribuiu ao presidente da empresa declarações que são do procurador Rosário Teixeira.

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Nelson Garrido

O Correio da Manhã rectificou neste domingo a manchete de sexta-feira, segundo a qual o presidente do Grupo Lena, Joaquim Paulo Conceição, admitia que tinha pago comissões ao antigo primeiro-ministro José Sócrates. Afinal, essas declarações foram proferidas pelo procurador do Ministério Público, Rosário Teixeira.

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O Correio da Manhã rectificou neste domingo a manchete de sexta-feira, segundo a qual o presidente do Grupo Lena, Joaquim Paulo Conceição, admitia que tinha pago comissões ao antigo primeiro-ministro José Sócrates. Afinal, essas declarações foram proferidas pelo procurador do Ministério Público, Rosário Teixeira.

O jornal admitiu o erro e pediu desculpa a Joaquim Paulo Conceição, atribuindo ao procurador a frase que sustentou a notícia da manchete: "O Grupo Lena procurou apoio do poder político através de Sócrates, a quem pagava".

O Correio da Manhã tinha atribuído a frase ao presidente do grupo Lena, alegadamente proferida durante o depoimento no Departamento Central de Investigação Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) no âmbito da Operação Marquês.

Apesar da rectificação, o jornal "reafirma o essencial dos factos relatados".

Na sexta-feira, Joaquim Paulo da Conceição negou "total e categoricamente" que tenha confessado, perante o Ministério Público, ter feito pagamentos ao antigo primeiro-ministro José Sócrates para conseguir negócios para as suas empresas.

“Mentiras absurdas e inventadas não é jornalismo. É crime e têm de ser punidas”, disse o empresário numa conferência de imprensa convocada logo na sexta-feira, na qual anunciou que o grupo Lena iria processar judicialmente o jornal. “Vamos pedir para sermos ressarcidos dos danos causados”, afirmou Joaquim Paulo da Conceição.

Também os advogados de defesa de José Sócrates afirmaram que o presidente do grupo Lena declarou nunca ter pago "o que quer que fosse" ao seu constituinte nos depoimentos que fez no âmbito do processo.

José Sócrates foi o primeiro ex-chefe do Governo a ser detido preventivamente em Portugal, indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Entre os arguidos no processo estão o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara e a sua filha Bárbara Vara; Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro; Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena; João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS; Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma; Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva; o advogado Gonçalo Trindade Ferreira; os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro; e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República informou ter concedido mais 180 dias para a "realização de todas as diligências de investigação consideradas imprescindíveis" na Operação Marquês.