Carlos César afirma que, ao PSD, “só interessa dizer que tudo vai pelo pior”
Presidente socialista criticou presença de Passos Coelho na apresentação do livro de José António Saraiva.
Os trabalhos da rentreé socialista arrancaram com os social-democratas como alvo. Em Coimbra, Carlos César abriu a conferência "Desigualdade, Território e Políticas Públicas" a afirmar que, “ao ainda maior partido da oposição, o PSD, parece que só interessa dizer que tudo vai pelo pior e que tudo antes ia pelo melhor. E mais não diz, porque sobre o país parece mais não saber apadrinhar”, prosseguiu o presidente do PS.
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Os trabalhos da rentreé socialista arrancaram com os social-democratas como alvo. Em Coimbra, Carlos César abriu a conferência "Desigualdade, Território e Políticas Públicas" a afirmar que, “ao ainda maior partido da oposição, o PSD, parece que só interessa dizer que tudo vai pelo pior e que tudo antes ia pelo melhor. E mais não diz, porque sobre o país parece mais não saber apadrinhar”, prosseguiu o presidente do PS.
Carlos César aproveitou para referir a presença do antigo primeiro-ministro na presentação do livro do jornalista José António Saraiva. “Esta realização não tem a notoriedade da apresentação de um livro sobre mexericos da vida sexual de políticos” mas, ao PS, interessa mais estudar soluções para diminuir as desigualdades “o que pode não ser tão excitante”.
O presidente socialista afirmou a redução das desigualdades como “objectivo programático central” do partido, aproveitando para lançar farpas à “direita liberal” que “advoga no negócio “puro e duro” e nas desigualdades ilimitadas os motores da iniciativa e do crescimento”. “Não temos que inventar uma orientação, ou passar a tê-la por influência de outros – sejam dos nossos parceiros de apoio ao Governo sejam de outros quaisquer”, atirou.
Sobre as críticas da direita ao desempenho da economia, Carlos César respondeu que PSD e CDS ”prometeram ficar abaixo dos 3% [de défice] e não cumpriram, arriscando o país à imposição de sanções” e que o PS é criticado por poder atingir “2,6 ou mesmo abaixo de 2,5% do PIB”. O responsável entende que não foi alcançado “ainda o ritmo desejado, muito também pelas incapacidades geradas no passado”, mas que já se verificaram “muitos progressos com o Governo do PS”.
Mas o líder parlamentar voltaria ainda à carga sobre o legado da coligação PSD/CDS ao mencionar uma série de indicadores, como o número de empresas a falir por dia, número de pessoas que caíram em situação de pobreza, a taxa de pobreza infantil, que se “agravaram significativamente nos últimos anos”, entre 2010 e 2015.
No Convento de S. Francisco, mesmo local onde se realizou na quinta-feira passada o conselho de ministros dedicado à saúde, ainda houve espaço para o líder socialista mencionar a reunião dos países europeus em Bratislava, de onde António Costa vem, para marcar presença na rentreé do PS ao final do dia. Carlos César espera que a resposta da união esteja “na política, no sistema e no modo de vida que gera, e não na militarização de fronteiras ou na guarda costeira”.
O líder parlamentar da bancada do PS fez referência às desigualdades entre os países europeus e apontou para o crescimento e o emprego, que considera deverem constituir prioridades, mas que são questões “persistentemente adiadas por troca com indecifráveis discussões institucionais”.
No combate às desigualdades, Carlos César acenou com a bandeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – que “foi significativamente fragilizado nestes últimos anos” - e com o programa nacional de reformas, lançado pelo actual executivo.
Durante o evento, que será encerrado com um discurso do primeiro-ministro, vão falar António Vitorino, João Galamba mas também vários secretários de Estado e o ministro das Finanças, Mário Centeno. A conferência que marca a abertura do ano político do PS não se faz apenas de militantes e governantes socialistas e conta também com a participação da deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e do economista Eugénio Rosa.