Movimento cívico defende carris como solução para o Metro Mondego
Cidadãos consideram solução de autocarros rápidos “inaceitável” e querem entendimento entre os três partidos que sustentam o Governo.
O movimento cívico de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo entende que, quer seja através de um metro, quer seja através da reposição do Ramal da Lousã, o transporte de passageiros entre os três municípios deve circular sobre carris e, “de preferência, de tracção eléctrica”.
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O movimento cívico de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo entende que, quer seja através de um metro, quer seja através da reposição do Ramal da Lousã, o transporte de passageiros entre os três municípios deve circular sobre carris e, “de preferência, de tracção eléctrica”.
O porta-voz do movimento, Jaime Ramos, considera que, para além dos carris, a solução para aquele percurso deve “incluir como primeira prioridade” a ligação entre Serpins, no município da Lousã, e a Estação Velha, na beira rio de Coimbra.
A opção por um sistema de BRT (bus rapid transit), que tem vindo a ser falada como alternativa ao metropolitano ligeiro de superfície nos anos em que a obra tem estado parada, é descartada pelos cidadãos. “É inaceitável que o Governo queira impor uma solução, tipo BRT, sobre pneus sem estudar outras soluções sobre carris”.
Uma semana depois de ser conhecido novo prazo apontado pelo Estado para que haja uma solução para o Metro Mondego, o movimento cívico reuniu-se em Miranda do Corvo na segunda-feira à noite para tomar uma posição.
Da última assembleia geral de acionistas da Sociedade Metro Mondego saiu a informação de que o representante do governo teria invocado novo estudo para que seja apresentada uma solução para o projecto que foi suspenso há cerca de cinco anos. O documento, elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e que servirá de base às decisões do governo, deve ficar pronto até Janeiro de 2017. Nele deverão ser analisadas questões como o tipo de transporte, financiamento, prazos e fundos que poderão ser mobilizados.
O porta-voz do movimento, que já foi deputado pelo PSD à Assembleia da República e desempenhou outros cargos públicos pelo mesmo partido, aponta aos partidos que sustentam o governo no Parlamento. “Devem estes três partidos dialogar entre si para apresentar uma solução credível e sustentável que garanta rapidez, segurança e comodidade aos passageiros”, refere o comunicado enviado às redacções.
A posição do PCP, tanto a nível nacional como local tem sido a mesma, com os comunistas a defenderem a reposição do Ramal da Lousã, linha centenária que foi interrompida em 2010 com o pretexto de dar lugar ao metro.
Quanto aos socialistas, o movimento quer que o PS “deixe de prometer estudos concretize a solução aprovada” pelo primeiro governo de José Sócrates, “aproveitando as verbas disponíveis no Portugal 2020”. Os cidadãos entendem que os três partidos “têm o dever de dialogar” para “apresentar uma solução conjunta sobre carris, que reponha, no mínimo” condições idênticas às do ramal que foi entretanto interrompido e cujos carris foram levantados. A Sociedade Metro Mondego foi criada em 1996 e no projecto foram gastos cerca de 140 milhões de euros. A ligação entre Lousã e Coimbra é feita hoje através de rodovia, pela estrada da Beira.