Um caso em vários jornais
Os dois jovens morreram em Abril de 1988, durante a instrução no Campo de Santa Margarida.
15 de Abril
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15 de Abril
O jornal A Capital noticia a morte dos dois jovens que "iam incorporados numa coluna de marcha, tendo perecido aparentemente por desidratação". Sentiram-se indipostos cerca das 17h, foram submetidos a uma recuperação normal no posto clínico mas o seu estado de saúde agravou-se, diz ainda o vespertino.
21 de Abril
O Jornal de Notícias (JN) lembra que as famílias continuam a aguardar o resultado do inquérito ordenado pelo Estado-Maior do Exército (EME). E diz que Joaquim Bastos teria sofrido de uma hemorragia, não dispondo o posto de campanha de sondas para a sucção ou drenagem de líquidos.
23 de Abril
"Para além de uma comissão de inquérito dirigida pelo general Fausto Marques, a secção de Coimbra da Polícia Judiciária Militar está a desenvolver investigações sobre as circunstâncias" das mortes, diz o semanário Expresso. Fonte clínica do Hospital de Abrantes diz que "os dois soldados pereceram por exaustão, em resultado de testes físicos que estavam a cumprir".
29 de Abril
Para explicar a morte de dois comandos, o general Fausto Marques, que conduz o processo de inquérito, diz que houve “excesso de generosidade", "desejo de ser o primeiro" e "não utilização dos meios postos à disposição", escreve O Comércio do Porto e o JN.
30 de Abril
O Exército, de acordo com averiguações internas, afirma que não havia responsabilidade médico-militar e não foi paga qualquer indemnização à família, escreve o Expresso que acrescenta que a autópsia apontava para uma baixa de açúcar e uma gastrite hemorrágica.
4 de Maio
De acordo com o porta-voz do Estado-Maior do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, em declarações ao JN, "o atraso na divulgação dos resultados da autópsia só se deve ao facto de eles ainda não terem vindo do Instituto de Medicina Legal". Nesta altura estariam a decorrer, segundo a imprensa, "exames complementares ao sangue e às vísceras" dos corpos dos dois jovens.