Passos mantém decisão de apresentar livro de Saraiva

Apesar de desconhecer o conteúdo do livro com “revelações da vida sexual de políticos”, Passos aceitou apresentá-lo.

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Pedro Passos Coelho apresentará o livro no dia 26 Rafael Marchante/Reuters

Não apresentar o livro de José António Saraiva é uma questão que Pedro Passos Coelho não coloca. Apesar de só ter ficado a saber do conteúdo da obra depois de ter dito “sim” ao ex-director do Expresso e do Sol, Passos não vai voltar atrás na decisão de apresentar um livro que, como escreveu o Diário de Notícias (DN) na sua primeira página desta sexta-feira, contém “revelações da vida sexual de políticos”.

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Não apresentar o livro de José António Saraiva é uma questão que Pedro Passos Coelho não coloca. Apesar de só ter ficado a saber do conteúdo da obra depois de ter dito “sim” ao ex-director do Expresso e do Sol, Passos não vai voltar atrás na decisão de apresentar um livro que, como escreveu o Diário de Notícias (DN) na sua primeira página desta sexta-feira, contém “revelações da vida sexual de políticos”.

O PÚBLICO fez chegar ao líder do PSD três perguntas sobre o assunto. Mas a resposta foi só uma: não há nada a acrescentar ao que foi publicado no DN. E isso foi uma frase do assessor de Passos, dizendo: “O Dr. Pedro Passos Coelho aceitou o convite mesmo antes de ler o livro. Este convite foi aceite tendo em conta a admiração que o Dr. Pedro Passos Coelho tem pela carreira e pelo papel que o arquitecto José António Saraiva desempenhou e desempenha no jornalismo português.”

As perguntas do PÚBLICO foram as seguintes: 1) Como pessoa reservada que é, sente-se confortável a dar o seu aval a um “livro com revelações da vida sexual de políticos”?;

2) Vai ler o livro antes de dia 26 [dia da apresentação]? Em caso afirmativo, se lhe merecer um juízo negativo, manterá a decisão de o apresentar?;

3) Como se sentiria se visse uma conversa privada sua, sobre a sua intimidade ou de colegas seus, a ser reproduzida num livro deste tipo sem a sua autorização?.

Da recusa de respostas de Passos se deduz que o líder do PSD não quebrará a promessa, apesar de se ter comprometido a apresentar um livro cujo conteúdo desconhecia. O convite foi feito e está aceite.

Quem conhece Passos Coelho farta-se de repetir, por estes dias, que ele é daquelas pessoas que não deixam cair os amigos. Segurou Miguel Relvas no Governo enquanto pôde. Não deixou de aparecer ao lado de Maria Luís Albuquerque quando a deputada esteve na mira da oposição por causa de eventuais incompatibilidades a propósito do emprego na Arrow Global — até a chamou para sua vice-presidente. E agora que José António Saraiva, pessoa por cuja carreira Passos nutre admiração, escreveu um livro sobre supostas intimidades de políticos, o líder do PSD lá estará (se não houver surpresas), no dia 26, no El Corte Inglés de Lisboa, para falar dele, ou de outra coisa qualquer.

A obra chama-se Eu e os Políticos. Livro Proibido.