Mais de um milhão de pessoas fugiram do Sudão do Sul por causa da guerra
Fasquia foi atingida esta semana e leva a jovem nação a juntar-se à Síria, Somália e Afeganistão na lista de países com mais de um milhão de refugiados. 180 mil fugiram só nos últimos dois meses.
Cinco anos depois da independência, o Sudão do Sul juntou-se oficialmente ao grupo de países que, por causa da guerra e da miséria, têm já mais de um milhão de cidadãos refugiados em nações vizinhas, revelou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
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Cinco anos depois da independência, o Sudão do Sul juntou-se oficialmente ao grupo de países que, por causa da guerra e da miséria, têm já mais de um milhão de cidadãos refugiados em nações vizinhas, revelou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Segundo a porta-voz da organização, que tenta registar todos os que fogem à violência, a fasquia foi atingida esta semana e inclui “185 mil pessoas que deixaram o país após o surgimento de novos combates em Juba, a 8 de Julho”.
Ao milhão de refugiados juntam-se cerca de 1,6 milhões de pessoas que tiveram de deixar as suas casas por causa da violência, procurando refúgio noutras zonas do país. Representam uma boa parte dos cinco milhões de sul-sudaneses (um terço da população total do país) em risco de fome.
O Sudão do Sul, maioritariamente cristão, tornou-se independente em Julho de 2011, na sequência da partição do Sudão, após 25 anos de guerra civil numa das maiores mas também mais pobres nações de África. Mas não tardou até que a violência voltasse a assombrar a população.
Afastado no final de 2013 do cargo que ocupava e acusado de preparar um golpe de Estado, o até aí vice-presidente Riek Machar lançou as suas forças contra as tropas fiéis ao Presidente Salva Kiir, desencadeando um conflito que provocou dezenas de milhares de mortos e ficou marcado por inúmeras atrocidades, incluindo massacres com motivações étnicas. Em 2015, os dois dirigentes assinaram um acordo de paz, que nunca foi integralmente cumprido, e em vésperas do quinto aniversário da independência, os combates regressaram à capital, Juba, provocando novo êxodo.
Segundo o ACNUR, a grande maioria dos novos refugiados procuraram refúgio no Uganda (ao todo foram ali registadas mais de 143 mil chegadas), mas milhares de outros distribuíram-se pelos países vizinhos – Quénia, Etiópia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.
Além do Sudão do Sul, a lista de países com mais refugiados no mundo integra o Afeganistão, a Somália e a Síria (principal responsável pela dimensão da actual crise de refugiados, com mais de quatro milhões de pessoas forçadas a sair do país para fugir da guerra, fome e perseguições).