Ministro da Defesa elogia "sentido de Estado" de Passos e Cristas

Curso interrompido pela morte de dois militares será retomado esta quinta-feira.

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Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes Daniel Rocha/Arquivo

Azeredo Lopes deixou esta quarta-feira vários sinais, na sua audição na Comissão Parlamentar de Defesa, de que não “acompanha” a proposta do Bloco de Esquerda de extinguir o Batalhão de Comandos, na sequência da morte de dois militares que participavam no curso de instrução daquela força especial do Exército. “Não consigo partir da premissa de que quando uma coisa corre mal deve ser extinta. Tanta coisa seria extinta em Portugal...”, ironizou o ministro, em resposta ao deputado João Vasconcelos, do BE.

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Azeredo Lopes deixou esta quarta-feira vários sinais, na sua audição na Comissão Parlamentar de Defesa, de que não “acompanha” a proposta do Bloco de Esquerda de extinguir o Batalhão de Comandos, na sequência da morte de dois militares que participavam no curso de instrução daquela força especial do Exército. “Não consigo partir da premissa de que quando uma coisa corre mal deve ser extinta. Tanta coisa seria extinta em Portugal...”, ironizou o ministro, em resposta ao deputado João Vasconcelos, do BE.

Logo na intervenção inicial, o ministro deixara dois elogios que reforçam esta leitura. Destacou o “sentido de Estado do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e da líder do CDS, Assunção Cristas”. “Independentemente das opiniões que tenhamos, é importante destacar um consenso muito relevante” sobre o que aconteceu no curso de comandos. Este é um dos dois aspectos “positivos” que o ministro retira dos “trágicos acontecimentos” que ditaram a interrupção da formação dos comandos. O outro é a “articulação entre Presidente da República, Ministério da Defesa e Chefe do Estado-Maior do Exército”, avalia Azeredo Lopes.

Logo no início da audição, e quase em simultâneo com o porta-voz do Exército, o ministro da Defesa anunciou que a instrução do batalhão de Comandos deve ser hoje retomada. A avaliação que o Chefe do Estado Maior do Exército mandou fazer aos acontecimentos está finalizada e, assim, segundo o ministro, estão reunidas as condições para um “regresso à normalidade”.

Em comunicado, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, esclareceu que os exames médicos realizados aos militares que integram o curso não revelaram “contra-indicações clínicas”.

Por essa razão, o “general chefe do Estado-Maior do Exército autorizou que o 127.º curso de comandos retomasse as actividades previstas no plano de curso a partir de 15 de Setembro”, explica o Exército. De acordo com o comunicado, os militares foram submetidos a exames relativos ao seu estado geral de saúde e a uma avaliação da degradação de funções específicas, além de uma entrevista com um médico.

Já a abertura de mais cursos de comandos fica suspensa enquanto decorre uma inspecção técnica extraordinária às provas de classificação e selecção de comandos e aos “seus referenciais”, anunciou o Exército na semana passada. Não há um prazo definido para a conclusão deste inquérito, adiantou o ministro no Parlamento.