Consumo de leite não pára de cair
Vendas de lacticínios nas cadeias de grande distribuição recuaram 2,4% no primeiro semestre.
Se mais dúvidas houvesse, o Barómetro de Vendas da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) volta a dissipá-las: os consumidores estão a beber cada vez menos leite. Entre Janeiro e Junho, a queda nos gastos com lacticínios foi de 2,4%, uma mudança de sentido face à tendência de há dois anos, por exemplo, quando o consumo destes produtos crescia 0,1 pontos percentuais.
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Se mais dúvidas houvesse, o Barómetro de Vendas da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) volta a dissipá-las: os consumidores estão a beber cada vez menos leite. Entre Janeiro e Junho, a queda nos gastos com lacticínios foi de 2,4%, uma mudança de sentido face à tendência de há dois anos, por exemplo, quando o consumo destes produtos crescia 0,1 pontos percentuais.
De acordo com os indicadores, divulgados nesta segunda-feira pela associação que representa empresas com o Pingo Doce ou o Continente (grupo Sonae, dono do PÚBLICO), a par das bebidas não alcoólicas, esta é uma das únicas categorias de produtos a registar quebra nas vendas. Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED, diz que há cerca de três anos que “segue com atenção o que se está a passar no sector do leite e lacticínios”.
“É um problema estrutural em toda a Europa, que continua a produzir mais leite do que consome. A produção está a passar por um período crítico”, recorda. A redução no consumo de leite não se regista apenas em Portugal e acontece numa altura de preços baixos e ausência de mecanismos de controlo da produção (quotas).
Questionada sobre o papel da grande distribuição, Ana Isabel Trigo de Morais sustenta que a “crise no consumo é só uma pequena parte do problema”. “Apenas 7% do leite produzido em Portugal vai para a grande distribuição. Tudo o resto vai para a transformação”, disse, acrescentando que a resolução do problema passa por decisões políticas e mais investimento na transformação desta matéria-prima.
"Há outros produtos que estão a crescer, como o queijo e a manteiga. É preciso que a produção e a indústria aocmpanhem essas alterações de preferência dos consumidores", disse.