Cartas da Guerra é o candidato português à nomeação para os Óscares

Filme de Ivo M. Ferreira com base nas cartas de António Lobo Antunes é a escolha da Academia Portuguesa de Cinema para a potencial representação nacional nos prémios.

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Cartas da Guerra, o filme de Ivo M. Ferreira com base nas cartas de António Lobo Antunes recentemente estreado em Portugal, é a escolha da Academia Portuguesa de Cinema para a representação portuguesa entre os candidatos à nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme, anunciaram esta terça-feira a produtora O Som e a Fúria e a Academia, é também o candidato à escolha para o prémio Goya de melhor filme Ibero-Americano.

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Cartas da Guerra, o filme de Ivo M. Ferreira com base nas cartas de António Lobo Antunes recentemente estreado em Portugal, é a escolha da Academia Portuguesa de Cinema para a representação portuguesa entre os candidatos à nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme, anunciaram esta terça-feira a produtora O Som e a Fúria e a Academia, é também o candidato à escolha para o prémio Goya de melhor filme Ibero-Americano.

O filme conta com Miguel Nunes como António e Margarida Vila-Nova no papel da sua mulher, Maria José, com base na correspondência que o escritor António Lobo Antunes enviava à sua mulher quando foi deslocado como médico para a Guerra Colonial entre 1971 e 1973. As cartas em causa, editadas no livro D'Este viver aqui neste papel descripto, serviram de ponto de partida para uma obra que teve estreia mundial no Festival de Cinema de Berlim, no início do ano, e que tem estado a fazer o circuito dos festivais de cinema com presenças em eventos em Sydney, Hong Kong ou Tessalónica. 

Além da estreia comercial em Portugal, onde segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) já acumulou quase 11 mil espectadores nos primeiros 11 dias em sala – é o quarto filme português mais bem sucedido até agora em 2016 –, a produtora O Som e a Fúria indica que "o filme já tem estreia comercial assegurada para França, Espanha, Bélgica, Holanda e Brasil" entre o final do ano e o início de 2017.

A escolha, como explicou ao PÚBLICO por email o presidente da Academia, Paulo Trancoso, realizou-se em duas fases: na primeira fase um júri escolheu quatro filmes portugueses candidatos - os outros três foram Amor Impossível, de António-Pedro Vasconcelos, Montanha, de João Salaviza, e Cinzento e Negro, de Luís Filipe Rocha - e numa segunda fase os membros da Academia votaram, numa plataforma dedicada a esse efeito, tendo o título de Ivo M. Ferreira sido o vencedor.

 As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado, do realizador Miguel Gomes, foi a escolha de 2015, que não chegou a representar uma nomeação pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.