Costa diz que “é tempo de fazer as reformas essenciais para o país”
Em Braga, no encerramento da rentrée da JS, o primeiro-ministro falou do Orçamento para 2017 e anunciou que a Cultura “terá um reforço claro” de verbas.
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, declarou este domingo, em Braga, que a estratégia de consolidação orçamental está a dar bons resultados e afirmou que “é o tempo [de o Governo] fazer as reformas essenciais para o país”.
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O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, declarou este domingo, em Braga, que a estratégia de consolidação orçamental está a dar bons resultados e afirmou que “é o tempo [de o Governo] fazer as reformas essenciais para o país”.
No encerramento da rentrée da Juventude Socialista (JS), que decorreu durante dois dias em Braga, António Costa reafirmou que o défice este ano ficará abaixo de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e aproveitou para zurzir no Governo liderado por Pedro Passos Coelho por ter “falhado no cumprimento do défice”. ”Estamos aqui e podemo-nos orgulhar de dizer que eles falharam no cumprimento do défice e nós ainda tivemos de poupar ao país as sanções em que iríamos incorrer pela incapacidade que tiveram de cumprir a redução do défice. E este ano nós vamos ter, pela primeira vez em 42 anos, um défice abaixo dos 2,5% e um défice que nos retirará do procedimento de défice excessivo”, assegurou.
Perante uma sala cheia de jovens, mas onde marcaram presença alguns membros do Governo, Costa disse que é tempo de fazer as reformas essenciais para o país. E sublinhou que a missão do Governo é preservar a estabilidade financeira e que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) será o “grande referencial” dessa estabilidade. “O anterior Governo escondeu a situação, empurrou como se o adiar a resolução dos problemas resolvesse alguma coisa e isso obrigou-nos a consumir grande parte do nosso esforço a fazer aquilo que é absolutamente essencial garantir: a estabilidade do sistema financeiro, cuja maior garantia foi termos resolvido o problema da Caixa Geral de Depósitos que vai ser, como dissemos que seria, um banco inteiramente público devidamente capitalizado e o grande referencial da estabilidade do sistema financeiro, a garantia da poupança das famílias e um instrumento ao serviço do financiamento da economia portuguesa”.
No dia em que foram conhecidos os resultados da 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, o primeiro-ministro prometeu combater o insucesso escolar e disse que a educação terá uma atenção no Orçamento do Estado (OE) do próximo ano. “O combate ao insucesso escolar é um desafio não só da comunidade educativa, mas de toda a sociedade. Combater o insucesso escolar é garantir que não produzimos uma nova geração de excluídos, mas, pelo contrário, asseguramos a igualdade de oportunidades de todos serem candidatos”, prometeu Costa, frisando que o aumento de colocações no ensino superior registado este ano representa a “morte do modelo de desenvolvimento” sem “direitos, salários e Estado Social” que a “direita quis impor” e constituiu um sinal de confiança.
A pouco mais de um mês da apresentação da proposta do Orçamento do Estado no Parlamento, o primeiro-ministro anunciou que o próximo OE “vai dar prioridade àquilo que é essencial para que este desenvolvimento que queremos seja possível. O investimento numa sociedade de conhecimento e investir numa sociedade de conhecimento é, em primeiro lugar, investir na cultura”.
Num discurso onde não fez uma única alusão às eleições autárquicas de 2017, António Costa revelou que o “próximo Orçamento do Estado terá um reforço claro do investimento na cultura, em particular no apoio à criação artística e na recuperação do património que é a memória histórico-cultural que a firma a nossa identidade e nos pode inspirar para o futuro”.