Alan Moore, criador de V de Vingança, abandona BD
O autor afirma que só lhe resta um livro do género por escrever. Quer agora dedicar-se ao cinema e à literatura.
Foi na apresentação de Jerusalem, o seu segundo e mais recente romance, que Alan Moore, de 53 anos, anunciou, com um detalhe desarmante, que só lhe restam “cerca de 250 páginas de BD” por escrever. Será o capítulo final da novela gráfica (um termo que o autor não usa) Liga dos Cavalheiros Extraordinários, escrita em parceria com Kevin O’Neill.
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Foi na apresentação de Jerusalem, o seu segundo e mais recente romance, que Alan Moore, de 53 anos, anunciou, com um detalhe desarmante, que só lhe restam “cerca de 250 páginas de BD” por escrever. Será o capítulo final da novela gráfica (um termo que o autor não usa) Liga dos Cavalheiros Extraordinários, escrita em parceria com Kevin O’Neill.
A razão é ética, explica Moore, citado pelo The Guardian: “ Sinto que já fiz o suficiente na BD. Fiz tudo o que podia. Penso que se continuasse, inevitavelmente, as ideias iriam ressentir-se e ver-me-iam a cozinhar velhas receitas e penso que vocês e eu merecemos algo mais do que isso.”
“Por isso”, acrescentou, “as coisas que me interessam neste momento são aquelas que eu não sei se consigo fazer, como filmes, ou romances gigantes, coisas sobre as quais não faço a mais pequena ideia do que estou a fazer. Coisas que eu nem sequer sabia se teria o fulgor para as acabar…”
Moore criou algumas das mais aclamadas histórias de BD de todos os tempos. A primeira foi V de Vingança (1982-85), recentemente editada na colecção de novelas gráficas do PÚBLICO, escrita em parceria com David Lloyd, que esteve recentemente em Lisboa a apresentar o livro. Seguiram-se Watchmen, Batman: The Killing Joke e a já referida Liga… Cinco das suas obras tiveram adaptações milionárias em Hollywood.
Mas Moore, um anarquista, não costuma gostar do resultado dessas mega-produções. Aliás, durante o lançamento do seu romance declarou que não o queria ver adaptado ao cinema.