O triste cenário a que chegámos

Neste novo ano lectivo, um inquérito a 2910 professores de 130 escolas públicas e privadas portuguesas de todos os níveis de ensino excepto o superior vem alertar-nos para uma evidência: o mal-estar reinante entre os professores dever-se-á a muitas coisas (leis e regras em constante mudança, sobrecarga de horas de trabalho, excesso de burocracia, mais alunos por turma, desinteresse de muitos pais) mas assenta sobretudo naquilo a que o professor Joaquim Azevedo (coordenador deste inquérito da Fundação Manuel Leão) chama o “fraco reconhecimento social e político da profissão docente”. Por isso, sobretudo no ensino público, muitos professores (35%) dizem-se exaustos, desiludidos, baralhados e até desesperados quando descrevem a sua relação com o trabalho. E mesmo que 68% se digam motivados para ensinar, um terço do total preferia deixar de dar aulas. Foi a isto que chegámos, na irresponsável deriva das “políticas de educação”.

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Neste novo ano lectivo, um inquérito a 2910 professores de 130 escolas públicas e privadas portuguesas de todos os níveis de ensino excepto o superior vem alertar-nos para uma evidência: o mal-estar reinante entre os professores dever-se-á a muitas coisas (leis e regras em constante mudança, sobrecarga de horas de trabalho, excesso de burocracia, mais alunos por turma, desinteresse de muitos pais) mas assenta sobretudo naquilo a que o professor Joaquim Azevedo (coordenador deste inquérito da Fundação Manuel Leão) chama o “fraco reconhecimento social e político da profissão docente”. Por isso, sobretudo no ensino público, muitos professores (35%) dizem-se exaustos, desiludidos, baralhados e até desesperados quando descrevem a sua relação com o trabalho. E mesmo que 68% se digam motivados para ensinar, um terço do total preferia deixar de dar aulas. Foi a isto que chegámos, na irresponsável deriva das “políticas de educação”.