Trabalhadores subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste ameaçam entrar em greve
Em causa estão atrasos no pagamento dos salários a 180 auxiliares, técnicos de diagnóstico, enfermeiros e adminitrativos.
Cento e oitenta trabalhadores subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estão com o salário de Agosto em atraso e ameaçam entrar em greve a partir de segunda-feira, disse nesta quinta-feira a sua porta-voz.
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Cento e oitenta trabalhadores subcontratados do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) estão com o salário de Agosto em atraso e ameaçam entrar em greve a partir de segunda-feira, disse nesta quinta-feira a sua porta-voz.
A empresa de prestação de serviços Tónus Global, que contratou os 180 trabalhadores para exercerem funções de auxiliares, administrativos, técnicos de diagnóstico e enfermeiros nos três hospitais do centro hospitalar, "não tem forma de pagar o mês de Agosto aos trabalhadores porque o CHO está a dever dinheiro à empresa", afirmou a auxiliar Carla Jorge, nomeada porta-voz pelo Sindicato da Função Pública.
Nuno Silva, gerente da empresa, confirmou à agência Lusa que, apesar de os atrasos de pagamento pelo CHO serem frequentes, pela primeira vez "a empresa está sem dinheiro para pagar os salários e comunicou o problema à administração” do centro hospitalar em tempo útil.
Em vez dos 60 dias, o CHO tem vindo a pagar a 180, deixando a empresa sem margem financeira, justificou.
Contactada pela Lusa, a administração do CHO respondeu por escrito que "nos seus serviços financeiros não existe dívida vencida relativa aos serviços prestados pela empresa Tónus Global".
Nuno Silva referiu que o CHO deve à Tónus Global 1,2 milhões de euros, mas só 800 mil euros são considerados "dívida vencida".
A empresa necessita de 216 mil euros para conseguir pagar os salários de Agosto.
O responsável disse ter obtido a garantia de que, na próxima terça-feira, o CHO vai pagar parte da dívida vencida, o que iria permitir pagar os salários aos trabalhadores dentro de uma semana.
Segundo Carla Jorge, há casos de funcionários que “nem para comer têm dinheiro".
Os trabalhadores dão um prazo até segunda-feira para a empresa e a administração do CHO regularizarem os pagamentos, sob o risco de entrarem em greve.
Trabalhadores e empresa confirmaram que o CHO se recusa a autorizar que estes trabalhadores regressem às 35 horas semanais, um problema ao qual o centro hospitalar não deu resposta.
Em representação dos 180 trabalhadores, 30 concentraram-se hoje em protesto à porta do hospital das Caldas da Rainha.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche e serve, para além destes concelhos, as populações de Óbidos, Bombarral, Cadaval, Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com excepção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estevão das Galés e Venda do Pinheiro).