Campo de golfe das Amoreiras volta a mexer, mas vai tudo ficar igual
A EPAL está a retirar estruturas metálicas que não estão a ser utilizadas.
O terreno do eterno projecto para um campo de treino de golfe por cima do reservatório de água das Amoreiras tem, por estes dias, registado alguma actividade. O projecto, à data, custou à Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) mais de seis milhões de euros – valor que a EPAL se recusou a confirmar -, mas nunca se concretizou. E para já, assim se manterá: parada, 15 anos depois de terem sido iniciadas as primeiras intervenções. Ao que o PÚBLICO apurou junto do gabinete de comunicação da EPAL, as actividades que por estes dias têm atraído os olhares para o terreno correspondem a “obras de beneficiação do reservatório e espaços conexos”. De acordo com a mesma fonte, a EPAL irá “remover algumas estruturas metálicas que já não têm utilização”.
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O terreno do eterno projecto para um campo de treino de golfe por cima do reservatório de água das Amoreiras tem, por estes dias, registado alguma actividade. O projecto, à data, custou à Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) mais de seis milhões de euros – valor que a EPAL se recusou a confirmar -, mas nunca se concretizou. E para já, assim se manterá: parada, 15 anos depois de terem sido iniciadas as primeiras intervenções. Ao que o PÚBLICO apurou junto do gabinete de comunicação da EPAL, as actividades que por estes dias têm atraído os olhares para o terreno correspondem a “obras de beneficiação do reservatório e espaços conexos”. De acordo com a mesma fonte, a EPAL irá “remover algumas estruturas metálicas que já não têm utilização”.
O projecto de campo de golfe – que foi definitivamente inviabilizada em 2004 pela Câmara de Lisboa – foi contestado pelos moradores das torres das Amoreiras. Os habitantes não gostavam da ideia de ter redes em frentes às janelas e pediam a construção de 11 torres metálicas - que chegaram a ser instaladas e depois retiradas. A proximidade com as eleições autárquicas terá ajudado os protestantes a conseguirem parar a obra.
Os mais de seis milhões de euros que a EPAL terá sido obrigada a dispensar foram, em grande parte, destinados a uma indemnização à Supergolfe, uma empresa criada para concessionar o campo de golfe de 2,5 hectares, liderada pelos ex-dirigentes do Sporting: Godinho Lopes e Simões de Almeida. A Supergolfe, segundo a EPAL, ainda terá investido cerca de três milhões de euros.
A obra arrancou sem qualquer licença a não ser as autorizações verbais do então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, e da sua vereadora do Urbanismo, Margarida Magalhães. Apesar dos prejuízos causados pelo cancelamento da obra, a EPAL não pediu indeminização à Câmara Municipal de Lisboa.