O fato de campeão europeu veste muito mal a Portugal

No primeiro jogo oficial após a conquista do Campeonato da Europa de 2016, a selecção nacional sofreu uma derrota na Suíça, por 2-0. A qualificação directa para o Mundial 2018 está mais difícil.

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A 7 de Setembro de 2014, no arranque da fase de qualificação para o Euro 2016, Portugal foi derrotado pela Albânia, em Aveiro. Paulo Bento foi despedido, Fernando Gomes escolheu Fernando Santos para liderar a selecção nacional e o que se seguiu superou as expectativas mais optimistas: 14 jogos consecutivos sem perder em competições oficiais, que culminaram numa histórica vitória no Stade de France, na final do Europeu. Dois anos depois, na Suíça, era preciso “começar tudo outra vez”. E o filme repetiu-se. Na primeira apresentação, o fato de campeão europeu vestiu muito mal a Portugal e Fernando Santos iniciou uma qualificação como o seu antecessor: uma derrota (2-0). As contas para chegar ao primeiro lugar já começaram.

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A 7 de Setembro de 2014, no arranque da fase de qualificação para o Euro 2016, Portugal foi derrotado pela Albânia, em Aveiro. Paulo Bento foi despedido, Fernando Gomes escolheu Fernando Santos para liderar a selecção nacional e o que se seguiu superou as expectativas mais optimistas: 14 jogos consecutivos sem perder em competições oficiais, que culminaram numa histórica vitória no Stade de France, na final do Europeu. Dois anos depois, na Suíça, era preciso “começar tudo outra vez”. E o filme repetiu-se. Na primeira apresentação, o fato de campeão europeu vestiu muito mal a Portugal e Fernando Santos iniciou uma qualificação como o seu antecessor: uma derrota (2-0). As contas para chegar ao primeiro lugar já começaram.

Um mês e 28 dias depois de alcançar a maior conquista da história do futebol português, Fernando Santos guardou um coelho na cartola para o primeiro jogo oficial após o Euro 2016. Para um confronto com a Suíça definido pelo técnico português como um “jogo de grau de importância tremendo”, Santos não tinha à sua disposição dois jogadores com o peso de Cristiano Ronaldo e Renato Sanches, mas de forma inesperada, o seleccionador nacional optou por abdicar de outra peça fundamental no triunfal trajecto português em França: João Mário. Titular em seis dos sete jogos de Portugal no Euro 2016, o agora jogador do Inter cedeu o seu lugar no “onze” a Bernardo Silva.

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Embora inesperada, a opção pelo monegasco confirmou as (poucas) pistas deixadas por Fernando Santos na véspera do jogo sobre a estratégia para a partida. Com Bernardo Silva (ou João Mário) na direita do meio-campo, Portugal ganhava, em teoria, mais elasticidade no seu desenho táctico, que rapidamente podia passar do 4x3x3 para o 4x4x2, com Bernardo Silva a preencher zonas mais centrais e Nani a avançar para espaços mais próximos de Éder. Uma maleabilidade que, com Ricardo Quaresma, seria mais difícil de conseguir. Com esta opção, Fernando Santos parecia não querer abdicar de um jogador de características claramente ofensivas num dos flancos, impedindo que os laterais helvéticos tivessem liberdade para avançar no terreno, sem, no entanto, perder o controlo na luta com o meio-campo rival, claramente o sector mais forte dos suíços. A estratégia portuguesa revelou-se acertada, mas apenas durante 20 minutos.

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O início do confronto mostrou uma equipa nacional dominadora, com claro ascendente sobre os suíços. Na metade inicial da primeira parte, Portugal teve três cantos a seu favor, viu Éder (4’) e Bernardo Silva (5’) falharem em posições favoráveis e empurrou os helvéticos para o seu meio-campo. Rui Patrício era apenas mais um espectador e tudo parecia correr de feição para o “recomeço” de Fernando Santos, mas no minuto 23 o rumo do jogo mudou por completo: Ricardo Rodríguez marcou um livre, Patrício defendeu para a frente e Embolo, na recarga, empurrou de cabeça para o fundo da baliza. Na primeira oportunidade, a Suíça colocava-se em vantagem e quando Portugal procurava recompor-se do golpe, surgiu o 2-0. Sete minutos depois, Seferovic encontrou espaço na direita, colocou a bola no coração da área e Mehmedi, perante a passividade de William Carvalho, voltou a atirar os campeões europeus ao tapete. Sem necessitar de fazer muito por isso, Vladimir Petkovic via a sua equipa ficar numa posição cómoda e o seleccionador suíço soube tirar proveito da rápida vantagem conseguida.

Perante uma equipa portuguesa que denotava as habituais dificuldades de concretização, Petkovic abdicou de ter a iniciativa de jogo e deixou Portugal na incómoda posição de ter que construir jogo perante um rival bem recuado no terreno.

Ao intervalo, Fernando Santos tentou mexer no jogo trocando Éder e William Carvalho, por André Silva e João Mário. O resultado, no entanto, foi mais do mesmo. Com o (aparente) controlo do jogo, Portugal surgia muitas vezes perto da grande área helvética, mas as jogadas portuguesas terminavam, invariavelmente, em remates de fora da área, facilmente neutralizados pela defesa suíça.

A pouco mais de 20 minutos do fim, Quaresma foi a última aposta de Santos, mas perante a falta de clarividência colectiva da equipa portuguesa, o jogador do Besiktas nada trouxe de novo, e o melhor que a selecção nacional conseguiu foi golear em cantos (11-1) e acertar no poste, no minuto 81, num remate de cabeça de Nani.

Numa fase de apuramento em que apenas o primeiro lugar garante o apuramento directo para o Mundial 2018, o arranque em falso deixa Portugal com pouco margem de manobra logo após o primeiro jogo.