Nobel da Economia Joseph Stiglitz defende saída de Portugal do euro

Em entrevista à Antena 1, economista entende que a Europa deve pensar “num divórcio amigável com alguns países”.

Foto
Joseph Stiglitz defende que custos da permanência no euro são superiores aos da saída. Nuno Ferreira Santos

O Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu, em entrevista à Antena 1, a divulgar esta segunda-feira, que o melhor caminho para Portugal será sair do euro, já que se permanecer na moeda única irá ter dificuldades no futuro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu, em entrevista à Antena 1, a divulgar esta segunda-feira, que o melhor caminho para Portugal será sair do euro, já que se permanecer na moeda única irá ter dificuldades no futuro.

"Acho que a Europa, como um todo, devia começar a pensar num divórcio amigável com alguns países, para estes pensarem em formas para lidar com a saída. Não será um processo imune a dificuldades (...). Custa mais a Portugal ficar do que sair do euro", disse o economista na entrevista à rádio Antena 1.

Segundo Joseph Stiglitz, caso Portugal permaneça na moeda única "está condenado", salientando que a Europa "não tem, nem vai ter condições políticas para fazer as mudanças necessárias" e, como tal, aconselha os portugueses a sair do euro.

"Acho que cada vez é mais claro que ficar é mais custoso do que sair", referiu, lembrando que a ideia de ficar tem sido defendida "com base na esperança de que haverá uma posição mais suave na Alemanha".

No entanto, Stiglitz clarificou que as políticas de austeridade prescritas pelos alemães "vão continuar mesmo que a teoria económica e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstrem, claramente, que a austeridade nunca irá funcionar"

O economista lembrou que a saída do euro daria a Portugal condições para "crescer, criar emprego e um processo de restruturação da dívida", sublinhando que, "apesar de ser duro", uma vez a "dívida estruturada, a moeda cresceria".

Joseph Stiglitz, professor na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, foi distinguido com o Nobel da Economia em 2001.