O casamento de Anthony Weiner não resistiu a mais um escândalo de “sexting

Acabou por sentir-se obrigado a demitir-se do cargo de congressista, em 2011, foi prejudicado na corrida a mayor, em 2013. E agora a mulher desistiu dele.

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Anthony Weiner e Huma Abedin em 2013, quando ele andava em campanha em Nova Iorque REUTERS/Eric Thayer/File Photo

Huma Abedin, 40 anos, é vice-presidente da campanha de Hillary Clinton, “uma espécie de segunda filha” da candidata democrata, como lembra a Associated Press, e espera-se que possa assumir um papel ainda mais relevante, nos bastidores, caso Clinton seja eleita Presidente dos EUA. Anthony Weiner, 51 anos, é o marido de Huma Abedin (prestes a tornar-se ex-marido). Viu a sua carreira política arruinada por causa de notícias relacionadas com as mensagens com forte teor sexual que mandou, em diferentes ocasiões, a mulheres mais novas, sobretudo estranhas.

Faz neste domingo oito dias, o jornal The New York Post contou (e mostrou) que Weiner enviou uma fotografia de si próprio a outra mulher, deitado na cama, de cuecas, ao lado do filho de 4 anos. Para além da fotografia, foram divulgados também excertos da conversa com essa mulher. Há uma palavra em inglês para esta troca de fotografias e mensagens eróticas, usando um mero smartphone: “sexting”. E por estes dias muito se tem falado dela.

Huma Abedin anunciou a separação. Durante a semana ficou a saber-se que os serviços de protecção à infância de Nova Iorque abriram um inquérito por Weiner aparecer com o filho nessa foto. Pior era difícil.

Mas o primeiro escândalo a afectar a vida de Weiner é bem anterior: Junho de 2011, era congressista e uma figura em ascensão no Partido Democrata. Demitiu-se depois de ser tornado público que andava a enviar fotografias suas, nu, a mulheres com quem conversava no Twitter e noutras redes sociais. Começou por negar, e acusar os adversários políticos de lhe piratearem a conta. Acabou a explicar que as mensagens aconteceram antes e durante o seu casamento, mas que nunca se tinha encontrado com essas mulheres. Começou, disse, a fazer terapia.

Em Maio de 2013, apresentou a sua candidatura a mayor de Nova Iorque. Foi apoiado por Huma Abedin. Mas as suas mensagens privadas voltaram a ser expostas. Usava o nome de “Carlos Danger” para falar sobre sexo com uma rapariga de 22 anos que, segundo a imprensa, conhecera no ano anterior. Haveria mais casos. Não conseguiu mais do que 5% nas eleições primárias. O casamento manteve-se.

Como lembrava há dias o New York Times (NYT), Huma Abedin descrevia recentemente o marido, que tem uma empresa de consultoria, como “um pai a tempo inteiro”, que a apoiava, e o seu casamento como uma parceria.

Depois, Agosto chegou ao fim e Huma pediu o divórcio ao terceiro escândalo. No início deste ano a Vanity Fair já tinha ido entrevistar psicoterapeutas, a propósito de um documentário sobre Weiner e a sua campanha de 2013 — os realizadores Josh Kriegman e Elyse Steinberg começaram por acompanhá-lo nessa campanha e ele deixou que continuassem a filmar tudo à medida que os jornais publicavam imagens suas enviadas a outras mulheres. Reconheceria mais tarde que foi bastante humilhante para a mulher.

Ainda há quem ache um exagero que se ponha as coisas nestes termos — a imprensa discute agora, de novo, se ele é um adicto sexual —, mas até “amigos” do ex-congressista citados esta semana pelo NYT admitem que ele tenha uma dependência sexual.