PCP empenhado numa nova política e no apoio ao Governo
Críticas ao Governo PSD/CDS e à União Europeia marcarão início do ano político dos comunistas.
Ao fim desta tarde, no comício que encerra a 40ª edição da “Festa do Avante!”, Jerónimo de Sousa insistirá na explicação das razões que levaram o PCP ao entendimento com o PS e à manutenção do apoio ao Governo de António Costa. “Não regatearemos nenhum esforço na acção e intervenção, na nossa proposta para que se concretize uma nova política”, explicou na sexta-feira o secretário-geral dos comunistas na abertura da festa da Atalaia.
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Ao fim desta tarde, no comício que encerra a 40ª edição da “Festa do Avante!”, Jerónimo de Sousa insistirá na explicação das razões que levaram o PCP ao entendimento com o PS e à manutenção do apoio ao Governo de António Costa. “Não regatearemos nenhum esforço na acção e intervenção, na nossa proposta para que se concretize uma nova política”, explicou na sexta-feira o secretário-geral dos comunistas na abertura da festa da Atalaia.
“Na situação actual há que não voltar atrás e prosseguir a reposição de salários, rendimentos e direitos, nós consideramos ser incontornável a necessidade de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que nos liberte das grilhetas que nos amarram, potencie os nossos recursos, ponha Portugal a produzir, dê valor ao trabalho com direitos, combata o desemprego e a precariedade, defenda o direito à saúde, o acesso ao ensino, proteja socialmente a infância e a velhice”, disse Jerónimo. É difícil, numa só citação, encontrar elencado o programa do PCP. E, se o Orçamento de Estado para 2017, satisfazer estas metas, o apoio da bancada comunista não será regateado.
Os dirigentes do PCP não escondem à militância a existência de dificuldades. “Tínhamos consciência de que com um Governo PS e o programa do PS as questões de fundo e os problemas estruturais dificilmente encontrariam as respostas necessárias”, admitiu Jerónimo de Sousa na sexta-feira. Mas, mais uma vez, e nesta ocasião ainda de forma mais expressa e didáctica, colocou o dilema: “Mas havia duas questões urgentes, impedir que o Governo PSD-CDS prosseguisse a sua política de terra queimada e, com a nova fase da vida política nacional, que fosse encetado um caminho de reposição de salários, rendimentos e direitos.”
E um consequente desdobramento sectorial, da defesa do carácter universal da Segurança Social, a manutenção da escola e dos serviços públicos e do Serviço Nacional de Saúde. No balanço à militância na Atalaia, como já o fizera em Monte Gordo, a 15 de Agosto, o líder do PCP recordou êxitos da governação. A devolução “dos feriados roubados e abonos de família”, “travar privatizações anunciadas ou em curso”, “eliminar as taxas moderadoras.”
Na intervenção desta noite, este será o mote: De que este é o Governo do PS, que a direita foi apeada do poder depois de as suas políticas deixarem o país “num estado crítico, com feridas sociais expostas, mais dependente do estrangeiro, nomeadamente da União Europeia”, como destacou na abertura da “Festa do Avante!”. As críticas às posições comunitárias – da direita europeia, como sublinha o PCP – voltarão a ser ouvidas no discurso de hoje e marcarão a linha política dos comunistas no início do novo ano político.
Um ano que, para o PCP, é marcado pela realização, em Almada, no início de Dezembro, do XX Congresso do partido. “As questões de partido”, e a celebração deste conclave, estão no roteiro do discurso de Jerónimo de Sousa e, até então, na agenda dos comunistas.