Samsung suspende vendas do novo Note 7 devido a explosões de baterias

Marca diz que o problema vai demorar duas semanas a ser resolvido. Lançamento em Portugal estava marcado para 9 de Setembro, mas foi adiado.

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A decisão é válida em todo o mundo Kim Hong-Ji/Reuters

A Samsung anunciou esta sexta-feira que vai suspender a venda do seu mais recente smartphone topo de gama, o Note 7, e trocar os que já foram comprados, depois de ter admitido que as explosões denunciadas nos últimos dias foram provocadas por baterias defeituosas.

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A Samsung anunciou esta sexta-feira que vai suspender a venda do seu mais recente smartphone topo de gama, o Note 7, e trocar os que já foram comprados, depois de ter admitido que as explosões denunciadas nos últimos dias foram provocadas por baterias defeituosas.

O Note 7 foi posto à venda em dez países a partir do dia 19 de Agosto e tinha data de lançamento marcada para 9 de Setembro em Portugal. A suspensão das vendas abrange todos os países e cerca de 2,5 milhões de unidades.

Fonte oficial da empresa em Portugal confirmou que o lançamento foi adiado e afirmou que não há casos de explosões registados no país – o aparelho ainda não foi lançado em Portugal, mas podia haver queixas de consumidores que o compraram noutros países.

Em comunicado, a marca sul-coreana diz que realizou "uma investigação minuciosa" e que detectou "um problema relacionado com a bateria". "Foram reportados 35 casos em todo o mundo, e estamos agora a realizar uma inspecção minuciosa junto dos nossos fornecedores para identificar no mercado possíveis baterias afectadas. No entanto, e porque a segurança dos nossos clientes é uma prioridade absoluta, mandámos parar as vendas do Galaxy Note 7", lê-se no comunicado da empresa.

Da forma como o texto está escrito, não é certo que se trate de uma retirada total do mercado, já que a marca suspende a venda e propõe-se a trocar os telemóveis que foram comprados nos dez países onde já se encontram à venda – essa troca é "voluntária" e não tem data certa para ficar concluída; o comunicado diz apenas que o processo ficará concluído "nas próximas semanas", embora um porta-voz da marca tenha apontado para duas semanas.

"Admitimos a inconveniência que isto possa ter causado no mercado, mas esta decisão destina-se a garantir que a Samsung vai continuar a vender aos nossos clientes produtos da mais alta qualidade", diz ainda a marca sul-coreana.

As acções da Samsung na bolsa de Seul chegaram a cair 3,5% e fecharam quinta-feira com uma queda de 2%, depois de ter sido noticiada uma descida nas vendas do Note 7.

Essa descida não foi oficialmente ligada a nenhuma questão específica, mas nos dias anteriores foram partilhados no YouTube e nas redes sociais vários vídeos com Note 7 queimados, alegadamente devido a explosões durante ou após o carregamento da bateria.

"Cheguei a casa após o trabalho, pu-lo a carregar um bocadinho antes de ir para as aulas, e quando fui pô-lo à cintura, pegou fogo", disse Ariel Gonzalez, um utilizador que partilhou no YouTube um vídeo do seu telemóvel queimado – outros vídeos e fotografias semelhantes foram partilhados na rede social sul-coreana KakaoStory.

As explosões provocadas por baterias defeituosas e a notícia da suspensão das vendas do Note 7 surgem a apenas uma semana da apresentação do novo iPhone, da Apple.

"O momento não poderia ser pior para a Samsung. A marca estava de volta ao rumo certo com os seus modelos topo de gama, após o lançamento do Galaxy S7 no início do ano", disse à BBC a directora da empresa norte-americana Gartner, Roberta Cozza.

A grande rival da Samsung, a Apple, vai lançar o seu novo iPhone na quarta-feira da próxima semana.