Quem é o novo líder da Caixa Geral de Depósitos
Aos 59 anos, António Domingues tem a missão de conduzir o maior banco português de volta aos lucros.
De número dois de um dos banqueiros mais mediáticos -- Fernando Ulrich --, António Domingues passa a partir desta quarta-feira a liderar o maior banco português, detido a 100% pelo Estado. A sua escolha foi noticiada, pela primeira vez, a 16 de Abril, dia em que o Expresso deu conta de que o vice-presidente do BPI iria substituir José de Matos, que esteve dois mandatos à frente do banco público.
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De número dois de um dos banqueiros mais mediáticos -- Fernando Ulrich --, António Domingues passa a partir desta quarta-feira a liderar o maior banco português, detido a 100% pelo Estado. A sua escolha foi noticiada, pela primeira vez, a 16 de Abril, dia em que o Expresso deu conta de que o vice-presidente do BPI iria substituir José de Matos, que esteve dois mandatos à frente do banco público.
Desde então, António Domingues não falou publicamente uma única vez sobre a sua nomeação ou sobre a CGD, apesar de o seu nome, e o do banco, terem já feito correr muita tinta, nomeadamente por causa do plano de recapitalização negociado com Bruxelas, dos nomes do conselho de administração e dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.
Formalmente, António Domingues só se desligou do BPI a 30 de Maio, e, na segunda-feira, deixou o cargo que detinha no conselho de administração da NOS (da qual o BPI é accionista). Aos 59 anos (nasceu a 30 de Dezembro de 1956), o gestor tem a missão de aplicar o que foi acordado com Bruxelas, no âmbito do plano de recapitalização, e colocar a CGD de volta aos lucros. Para já, conseguiu acumular a presidência executiva com a presidência do conselho de administração, mas o modelo de governação irá ser reanalisado dentro de seis meses.
Licenciado em economia pelo ISEG, António Domingues trabalhou no gabinete de estudos e planeamento do Ministério da Indústria e Energia, foi economista do Iapmei e, entre 1982, foi director do departamento de estrangeiro do Instituto Emissor de Macau. Daqui, passou em 1986 para o Banco de Portugal, onde foi técnico assessor do departamento de estrangeiro durante cerca de três anos. Entre 1988 e 89, antes de entrar para o BPI, foi ainda director-geral adjunto da sucursal em França do BPA.
Enquanto membro da comissão executiva do BPI, tinha a seu cargo áreas como a financeira, auditoria, e o sector empresarial do Estado, além de estar ligado aos negócios do banco em Angola e Moçambique. Estes dois últimos países são, aliás, geografias onde a CGD quer continuar a apostar (no caso de Moçambique, a CGD é parceira do BPI no BCI). E foi ao banco do BPI em Angola que Domingues foi buscar um dos novos administradores executivos da CGD: Emídio Pinheiro, até aqui presidente do BFA. Ligados ao BPI estiveram também outros executivos: João Tudela Martins e Tiago Marques, bem como Paulo Silva (embora este último estivesse agora na Vodafone). A estes nomes juntam-se os de Cabral Menezes (já estava na CGD, no Brasil) e Pedro Leitão (ex-PT). Tanto António Domingues como os restantes gestores irão beneficiar de um novo modelo remuneratório.