Plácido Domingo inaugura Ópera do Dubai

Novo edifício, desenhado pelo arquitecto Janus Rostock, foi construído nos últimos três anos e substituiu um anterior projecto de Zaha Hadid.

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Depois de no passado fim-de-semana ter actuado em plena Amazónia, num concerto de teor ecologista, Plácido Domingo inaugura na noite desta quarta-feira a Ópera do Dubai, um feérico edifício em forma de barco localizado ao lado do mais alto arranha-céus do mundo (Burj Khalifa).

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Depois de no passado fim-de-semana ter actuado em plena Amazónia, num concerto de teor ecologista, Plácido Domingo inaugura na noite desta quarta-feira a Ópera do Dubai, um feérico edifício em forma de barco localizado ao lado do mais alto arranha-céus do mundo (Burj Khalifa).

O tenor espanhol, apresentado como "o rei da ópera", vai apresentar um concerto cujo programa não era ainda conhecido quando, na terça-feira, a comunicação social foi convidada a visitar o edifício projectado pelo arquitecto Janus Rostock (Atkins Studios). “O seu ensaio realiza-se um pouco mais tarde”, disse aos jornalistas o director executivo do novo equipamento, o inglês Jasper Hope. “Trata-se de Plácido Domingo. Ele actuou já praticamente em todas as casas de ópera do mundo. Não preciso de lhe explicar do que se trata. Tenho apenas de lhe assegurar que tudo correrá bem. E ele terá tudo o que quiser e de que necessitar para nos proporcionar o seu espectáculo”, acrescentou Hope, citado pelo jornal Gulf News.

O novo edifício foi construído nos últimos três anos, depois de o projecto ter sido anunciado publicamente em 2012 pelo cheik Mohamed bin Rashid al Maktum, primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU) – recorde-se que um primeiro projecto para o equipamento foi desenhado, em 2008, pela arquitecta Zaha-Hadid (1950-2016), mas acabaria por não sair do papel devido à crise de imobiliário que nessa altura se abateu também sobre os EAU.

A nova Ópera do Dubai assemelha-se a um “dhow”, uma embarcação tradicional à vela cuja origem é reivindicada tanto pelos países árabes como pela Índia. Há também quem associe a forma da nova casa de espectáculos à da famosa Ópera de Sidney, com a diferença do enquadramento, já que está situada no designado “quilómetro quadrado mais valioso do mundo”, rodeado pela já citada torre Burj Khalifa e também pelo maior centro comercial jamais construído.

No interior, e seguindo a descrição dos jornalistas que fizeram a visita guiada, sobressai a madeira escura dos camarotes e o luxo das cadeiras. E a acústica da sala, que foi muito elogiada pelo italiano Stefano Pace, director do Teatro Verdi de Trieste, companhia que inaugura a programação do novo equipamento com récitas da ópera de Bizet, Os Pescadores de Pérolas (dias 1 e 3 de Setembro), e O Barbeiro de Sevilha, de Verdi  (2 e 4 de Setembro). “A acústica é generosa, e, mais do que em qualquer outro palco [que eu conheça], torna mais fácil a vida do cantor. Por isso esta sala é verdadeiramente fantástica”, especificou Pace.

Outras das características da Ópera do Dubai é ser muito mais do que apenas uma casa para a ópera. Equipada com as mais modernas e sofisticadas tecnologias, a sala tem flexibilidade para acolher uma plateia de 2000 como de 900 lugares; e tanto pode ser um palco para ópera como para teatro, musicais, concertos... E pode ainda ser transformada num recinto para exposições, shows de moda, festas, casamentos, etc…

Na programação agendada para os primeiros meses da Ópera do Dubai estão já alinhados mais de 70 espectáculos até ao final do ano. Para além de Plácido Domingo – que em 2011 foi também o convidado para inaugurar a casa de ópera de outro país no Golfo Pérsico, Omã –, outro tenor espanhol, José Carreras, esgotou já também os bilhetes para as suas actuações marcadas para os dias 4 e 8 de Outubro. Grandes musicais da Broadway, como Os Miseráveis ou West Side Story; o bailado Giselle, pelo Ballet Russo do Estado da Sibéria, ou Anoushke Shankar, filha de Ravi Shankar, são alguns dos nomes na agenda.