Menor agredido em Gondomar afinal está vivo e em "estado muito grave"
PSP reconhece que recolheu informação que apontava para a morte do jovem junto de “fonte não oficial” do hospital.
A PSP reconheceu ter recolhido junto de “fonte não oficial” do Hospital de S. João a informação que apontava para a morte do jovem que tinha sido violentamente agredido com uma soqueira, em Baguim do Monte, Gondomar, na noite de sábado, e que viria a ser desmentida ao final da manhã desta segunda-feira pela Polícia Judiciária.
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A PSP reconheceu ter recolhido junto de “fonte não oficial” do Hospital de S. João a informação que apontava para a morte do jovem que tinha sido violentamente agredido com uma soqueira, em Baguim do Monte, Gondomar, na noite de sábado, e que viria a ser desmentida ao final da manhã desta segunda-feira pela Polícia Judiciária.
Depois de o oficial de dia da PSP ter garantido, no domingo, que o óbito do jovem de 14 anos, Hugo Gonçalo, tinha sido declarado às 3h00 da manhã – informação que viria a ser difundida ao longo do dia por toda a comunicação social - a PJ veio esclarecer que, afinal, o rapaz estava vivo, embora se encontre “em estado muito grave”, nos cuidados Intensivos daquele hospital.
Lamentando publicamente o “lapso, bem como os transtornos que possam ter sido causados”, a PSP explicou ao PÚBLICO que o erro decorreu da confusão que se gerou no hospital nas horas que se seguiram ao internamento da vítima, sendo que, como o caso passou entretanto para a alçada da PJ, nenhuma outra diligência foi tomada pela PSP, cujo oficial de dia retransmitiu aos jornalistas a informação errada que havia recebido nas primeiras horas.
A PJ confirmou, entretanto, que identificou e deteve o presumível autor do “crime de homicídio na forma tentada”. Trata-se de um jovem de 16 anos que, horas depois do ocorrido, se entregou voluntariamente na esquadra da PSP de Rio Tinto, aparentemente por recear represálias.
A Judiciária confirmou também que a agressão ocorreu “num contexto de ameaças mútuas”, proferidas através de Facebook, motivadas por um conflito relacionado com uma namorada. Suspeito e vítima ter-se-ão cruzado nas imediações da estação de metro de Baguim do Monte e, após uma breve troca de palavras, envolveram-se num confronto físico, no qual o agressor usou uma soqueira – uma arma de metal usada nos dedos como anéis e que agrava o impacto dos socos. A vítima terá, ainda segundo a PJ, caído “inanimada no solo”, sendo pouco depois transportada para o hospital.
Hugo Gonçalo, conhecido pelos amigos como “Gonzo”, é filho único e vive com a mãe e com a avó, em Baguim do Monte, perto do local onde ocorreram as agressões. Foi descrito pelos moradores como “um rapaz pacato”, embora tenha havido também quem lhe tenha imputado o envolvimento em actos de pequena ilicitude e enquadrado as agressões no contexto de rivalidades entre grupos.