Turquia promete a "mesma determinação" na ofensiva contra curdos e jihadistas

Aviões turcos atacaram posições a sul de Jarablus, fazendo pelo menos 35 mortos. Os terroristas "verão as granadas que espoletaram explodir nas próprias mãos", avisa Erdogan.

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A ofensiva foi lançada na quarta-feira e tem como alvo tanto a guerrilha curda como os jihadistas Umit Bektas/Reuters

A Turquia vai lutar com a “mesma determinação” contra os combatentes curdos como contra os jihadistas do Estado Islâmico, afirmou neste domingo o Presidente turco, referindo-se aos dois alvos da ofensiva transfronteiriça lançada na semana passada pelo seu Exército na Síria. Ao quinto dia, a aviação e a artilharia turca bombardearam novas posições da guerrilha, provocando pelo menos 35 mortos.

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A Turquia vai lutar com a “mesma determinação” contra os combatentes curdos como contra os jihadistas do Estado Islâmico, afirmou neste domingo o Presidente turco, referindo-se aos dois alvos da ofensiva transfronteiriça lançada na semana passada pelo seu Exército na Síria. Ao quinto dia, a aviação e a artilharia turca bombardearam novas posições da guerrilha, provocando pelo menos 35 mortos.

A ofensiva, lançada com o aval da Rússia, principal aliada do regime de Bashar al-Assad, tem como grande objectivo evitar que as YPG, o braço armado da a maior formação curda da Síria, e os grupos aliados ocupem o vazio criado pelos recentes recuos dos jihadistas na fronteira Norte da Síria.

Há duas semanas, uma aliança que junta as YPG e rebeldes árabes sírios apoiados pelos EUA tomou Manbij, cidade estratégica no corredor que liga Raqqa (a autoproclamada capital do EI), o que significou a passagem da guerrilha curda para a margem ocidental do rio Eufrates – uma zona de maioria árabe e que é há muito designada por Ancara como uma linha vermelha que precipitaria a sua intervenção directa na Síria.

“Nós temos a mesma determinação” para combater as YPG e o Estado Islâmico, garantiu Recep Tayyip Erdogan, assegurando que o seu Governo “não aceitará qualquer actividade terrorista nas fronteiras do país ou próximas delas”. A ouvir Erdogan estavam os familiares de algumas das 51 pessoas mortas há uma semana num atentado reivindicado pelo Estado Islâmico em Gaziantep, cidade de maioria curda no sul da Turquia. Foi um dos últimos ataques atribuídos aos jihadistas no último ano no país, numa altura em que também se reacende a violência da guerrilha curda da Turquia contra as forças de segurança.

“As organizações terroristas que pensam que podem pôr este país de joelhos verão as granadas que eles espoletaram explodir nas próprias mãos”, assegurou Erdogan, um dia depois de o Exército turco ter sofrido as primeiras baixas desde o início da ofensiva.

Horas antes, ao amanhecer, caças descolaram de bases no Sul da Turquia para bombardear duas posições a sul de Jarablus, cidade na fronteira norte da Síria tomada na semana passada ao EI por forças apoiadas por Ancara. As forças armadas turcas anunciaram ter morto “25 terroristas curdos”, mas combatentes aliados das YPG asseguraram à Reuters que já tinham retirado daquelas aldeias. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que conta com uma rede de activistas no terreno, adiantou que as bombas mataram 20 habitantes da aldeia de Jeb al-Kussa e outras 15 em Al-Amarna, ambas a sul de Jarablus.