Jorge Jesus venceu sempre Espírito Santo, mas o Sporting só o conseguiu uma vez

Treinador dos “leões”, que perdeu João Mário a troco de 40 milhões de euros, garante que Slimani irá jogar. Portista Óliver Torres também está pronto.

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Tal como no clássico da época passada, Slimani tem lugar garantido no "onze" do Sporting Miguel Riopa/AFP

Duas décadas de vida separam os treinadores de Sporting e FC Porto. Jorge Jesus começou a sua carreira em 1989, no Amora, e teve de esperar 20 anos até chegar a um “grande” do futebol português, já com 55 anos. Bem mais precoce foi Nuno Espírito Santo: assumiu o cargo de técnico principal do Rio Ave em 2012 e demorou apenas quatro anos a chegar ao banco dos “dragões”, após uma passagem pelo Valência, de Espanha. Defrontam-se hoje pela primeira vez num clássico, mas a história dos confrontos entre ambos já teve alguns capítulos, sempre com vantagem para o mais veterano.

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Duas décadas de vida separam os treinadores de Sporting e FC Porto. Jorge Jesus começou a sua carreira em 1989, no Amora, e teve de esperar 20 anos até chegar a um “grande” do futebol português, já com 55 anos. Bem mais precoce foi Nuno Espírito Santo: assumiu o cargo de técnico principal do Rio Ave em 2012 e demorou apenas quatro anos a chegar ao banco dos “dragões”, após uma passagem pelo Valência, de Espanha. Defrontam-se hoje pela primeira vez num clássico, mas a história dos confrontos entre ambos já teve alguns capítulos, sempre com vantagem para o mais veterano.

A história dos embates entre os dois treinadores começou a escrever-se a 11 de Novembro de 2012, em Vila do Conde. Em partida da 9.ª jornada do campeonato, o Benfica de Jorge Jesus impôs uma derrota, por 1-0, ao Rio Ave. Seguiram-se mais cinco duelos entre as duas equipas, com o actual técnico sportinguista a vencer todos. O resultado mais desnivelado ocorreu no Estádio da Luz, na temporada 2012-13, com os “encarnados” a golearem por 6-1. O mesmo palco, na época seguinte, foi cenário de uma nova goleada, agora por 4-0.

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Mas os mais importantes encontros entre Jesus e Espírito Santo ocorreram nas duas derradeiras partidas que disputaram em bancos opostos. Duas finais, separadas apenas por 11 dias. A decisão da Taça da Liga, em Leiria, com o Benfica a triunfar por 2-0; depois a Taça de Portugal, com nova vitória dos lisboetas, por 1-0, no Estádio Nacional. Nuno tem esta noite a possibilidade de começar a inverter a estatística negativa, mas agora com armas idênticas às do seu adversário.
Curiosamente, frente aos “leões”, o palmarés do novo treinador do FC Porto é bem diferente. Em cinco encontros disputados (quatro para o campeonato e um para a Taça da Liga), Espírito Santo venceu três, empatou um e contabilizou apenas uma derrota. O maior sucesso do técnico, de 42 anos, surgiu na fase de grupos da Taça da Liga, com uma clara vitória por 3-0.

O Sporting é, portanto, um adversário que traz boas recordações ao dono do banco portista, que já avisou que acredita num bom resultado no Estádio de Alvalade. “Conhecemos perfeitamente o Sporting, conhecemos profundamente a sua equipa. Tentaremos potencializar as nossas qualidades e condicionar a equipa contrária”, salientou ontem, na antecipação do clássico.

Apesar de tudo, Nuno Espírito Santo reconhece que a equipa “leonina” poderá trazer novidades para esta partida. “Sei que o João Mário não vai jogar, mas não sei muito mais além disso”.

E para não dar brindes ao adversário, o treinador do FC Porto foi parco em palavras em relação ao “onze” titular que irá escalar, avançando apenas que Casillas estará entre os postes. Já em relação à possibilidade de vir a utilizar alguns dos mais recentes reforços em Alvalade, esclareceu apenas que o espanhol Óliver Torres é o único em condições de “incorporar-se na equipa” para esta importante partida.

Negócio João Mário é oficial

No caso dos “leões”, Jorge Jesus confirmou que Slimani vai alinhar no clássico, naquela que poderá ser a última partida do ponta-de-lança em Alvalade. O argelino estará com as malas prontas para viajar para o campeonato inglês, com Everton, Arsenal e Leicester a surgirem como os principais candidatos ao seu concurso.

De fora da contabilidade está definitivamente João Mário, que ontem se tornou oficialmente jogador do Inter Milão. Já noite dentro, o Sporting confirmou a transferência do médio português, que já tinha viajado para Itália, a troco de 40 milhões de euros, mais cinco milhões possíveis em função do cumprimento de objectivos não especificados.

“O Sporting não está acostumado a vender jogadores por estes preços. É o preço do sucesso. Os valores não são muito normais para o Sporting e para o futebol português”, afirmou Jesus, admitindo que outros elementos do plantel também são alvo de cobiça: “O Sporting é um clube vendedor, como todos os clubes portugueses. No ano passado, quando aqui cheguei, ninguém queria estes jogadores.”

Depois do triunfo sobre a Roma, na capital italiana (0-3), que colocou o FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões, Espírito Santo não deverá fazer grandes alterações na equipa titular que ultrapassou o play-off de acesso à competição milionária. O mesmo deverá suceder com o “onze” que Jorge Jesus escalou para a última jornada do campeonato, frente ao Paços de Ferreira (triunfo por 1-0), com Gelson a voltar a ocupar o lugar deixado vago por João Mário no meio-campo.

Com duas equipas ainda em busca de uma identidade neste arranque de temporada, este clássico é particularmente imprevisível. Mas não é sempre assim?