Louçã saúda Governo por manter a Caixa pública

Marisa Matias considerou inaceitável que ocorram despedimentos na CGD.

Foto
Nuno Ferreira Santos

O antigo coordenador do BE, Francisco Louçã, elogiou este sábado o Governo por ter mantido a Caixa Geral de Depósitos 100% pública, acusando Banco Central Europeu e Comissão Europeia de estar ao serviço de interesses particulares, noticiou a Lusa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O antigo coordenador do BE, Francisco Louçã, elogiou este sábado o Governo por ter mantido a Caixa Geral de Depósitos 100% pública, acusando Banco Central Europeu e Comissão Europeia de estar ao serviço de interesses particulares, noticiou a Lusa.

“O Governo conseguiu uma grande vitória e dou-lhe os parabéns por ter a Caixa pública a 100%, sem que isto seja posto em risco, é uma grande vitória que a União Europeia não queria aceitar”, afirmou Louçã aos jornalistas à margem do Fórum Socialismo 2016, a rentrée política do Bloco de Esquerda, quando questionado sobre o plano de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) acordada entre o Governo e a Comissão Europeia.

Louçã considerou que esta “é a solução correta, depois de um processo muito difícil” e classificou de “gravíssimo” o facto de que “a União Europeia e o Banco Central Europeu tenham arrastado durante seis meses este processo”.

Esperando pelos detalhes, o antigo líder do BE não poupa nas críticas às instituições europeias: “O Banco Central Europeu e a Comissão Europeia portaram-se muito mal porque mostraram que estão ao serviço de interesses particulares quando deviam cumprir normas iguais para todos”.

A recapitalização da Caixa, na opinião de Louçã, “era necessária e é muito útil que ela seja realizada em condições que garantam a Caixa pública”. O conselheiro de Estado sublinhou, porém: “As condições - que ainda não são totalmente conhecidas - implicam nomeadamente uma redução da actividade da Caixa no estrangeiro com perdas de postos de trabalho, o que é um abuso por parte das autoridades europeias.”

Para Louçã, “Portugal tem o direito de escolher o seu banco, com a sua actividade, junto das suas comunidades emigrantes sem qualquer imposição de restrições por parte do Banco Central Europeu ou da Comissão Europeia, que aliás só pretende favorecer, neste caso, a banca espanhola”, e acrescentou que “isso é batota”.

Questionado sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2017, Louçã disse apenas que Portugal precisa de “uma boa solução” que garanta que os acordos que o BE e o PCP fizeram com o Governo “sejam integralmente cumpridos, a bem dos salários, das pensões e da economia”.

Por seu lado, Marisa Matias considerou ter o Governo conseguido “um bom acordo” que permite “a recapitalização de um banco público”. A eurodeputada e dirigente do BE considerou ainda que “as pessoas em Portugal percebem que há tantos anos andamos a recapitalizar a banca privada, com tantas perdas que houve em termos económicos, que é muito importante termos uma banca pública, forte, recapitalizada e que resista aos embates da economia”. Marisa Matias frisou, contudo, ser necessário saber “os detalhes sobre a questão dos despedimentos”, uma vez que é inaceitável que estes ocorram.

Notícia actualizada às 18h58: acrescenta as declarações de Marisa Matias