Guardas-florestais avançam para manifestação a 8 de Setembro

Protesto contra a extinção da carreira e a “inflexibilidade manifestada pelo Governo”.

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Actualmente, existem 317 guardas-florestais, menos 31% do que há dez anos Carla Carvalho Tomás (arquivo)

Os guardas-florestais vão realizar uma manifestação nacional, no dia 8 de Setembro, em Lisboa, contra a extinção da carreira e a “inflexibilidade manifestada pelo Governo”, anunciou hoje a federação representativa do sector.

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Os guardas-florestais vão realizar uma manifestação nacional, no dia 8 de Setembro, em Lisboa, contra a extinção da carreira e a “inflexibilidade manifestada pelo Governo”, anunciou hoje a federação representativa do sector.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas disse hoje, em conferência de imprensa, que vai ser emitido um pré-aviso de greve de 24 horas, para o dia 8 de Setembro, de modo a permitir a participação dos guardas-florestais na manifestação que irá começar com uma concentração no Largo do Carmo, em Lisboa, seguindo depois para o Terreiro do Paço.

Os guardas-florestais do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (Sepna), da GNR, contestam a extinção da carreira e reclamam a atribuição de suplementos remuneratórios relacionados com as condições específicas do seu trabalho.

Por não concordar com “a posição inflexível do Governo”, a federação decidiu avançar com uma greve de 24 horas, que terá como ponto máximo uma manifestação nacional dos guardas-florestais junto do quartel-general da GNR e um desfile até ao Ministério da Administração Interna, onde irá “demonstrar a insatisfação destes profissionais com estas decisões, que não são em consonância com o que tem sido o discurso de defesa das florestas”, disse aos jornalistas Luís Pesca, dirigente da federação.

“Está na mão do Governo reflectir e voltar a activar o corpo nacional dos guardas-florestais” para responder à necessidade de ter um policiamento eficaz das florestas, assim como regressar às negociações com os sindicatos, e “corrigir um erro de António Costa, que, com o seu primeiro-ministro da altura, José Sócrates”, extinguiu várias profissões na Administração Pública, como esta, salientou o sindicalista.

Apesar de, nos últimos dias, a propósito dos incêndios florestais, o primeiro-ministro e outros membros do Governo terem falado na necessidade de investir mais na defesa da floresta e na investigação dos incêndios florestais, a primeira decisão que tomam é de insistir num erro concretizado em 2006, era ministro da Administração Interna António Costa, de extinguir a carreira de guarda-florestal, profissionais que são peça indispensável para a defesa da floresta e na prevenção dos fogos, apontou Luís Pesca.

Segundo o sindicalista, em relação à carreira de guarda-florestal, “o secretário de Estado [da Administração Interna] disse que está extinta, ponto final, sem entender” a necessidade de reactivar a carreira e contratar novos efectivos.

O sindicalista lembrou que estes profissionais têm disponibilidade imediata, enfrentam riscos, fiscalizam a caça e pesca, andam armados e não têm qualquer tipo de suplemento como outras forças de segurança, que também fazem investigação criminal. “O que o secretário de Estado nos disse é que os civis, neste caso, o corpo de guardas-florestais, não são militares e não podem beneficiar de suplementos da GNR, mas o que a federação pretende é negociar um conjunto de suplementos próprios, o que foi recusado”, explicou Luís Pesca.

Actualmente, existem 317 guardas-florestais, menos 31% do que há dez anos, segundo dados da federação, que considera este número insuficiente.