Destaques da noite olímpica: a desforra do Brasil contra a Alemanha
Se não ficou acordado para a jornada nocturna dos Jogos Olímpicos, tem aqui o essencial do que se passou.
A última noite de competições nesta edição dos Jogos do Rio de Janeiro não trouxe grandes surpresas – e se houvesse de mencionar alguma, seria negativa, com o registo da final dos 1500m masculinos a ser o mais lento desde os Jogos de Los Angeles de...1932, como nos conta Luís Lopes, especialista em Atletismo.
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A última noite de competições nesta edição dos Jogos do Rio de Janeiro não trouxe grandes surpresas – e se houvesse de mencionar alguma, seria negativa, com o registo da final dos 1500m masculinos a ser o mais lento desde os Jogos de Los Angeles de...1932, como nos conta Luís Lopes, especialista em Atletismo.
Mas o momento do balanço aproxima-se e o Comité Olímpico Internacional (COI) já fez o seu – e é positivo. "Voltaríamos a escolher [o Brasil]. Estes Jogos foram inesquecíveis e icónicos, que não decorreram no interior de uma bolha, mas estiveram inseridos numa sociedade com problemas sociais e a vida da cidade seguiu o seu curso. Isso é muito bom", disse o presidente do COI, o alemão Thomas Bach.
Pode ser música para os cariocas, mas o que a nação brasileira quis ouvir e ver no sábado aconteceu no estádio do Maracanã, na final olímpica do torneio de futebol masculino.
Neymar serviu a desforra
Pela primeira vez na sua história, o Brasil é campeão olímpico de futebol. Era um título que faltava no vasto currículo de um país que é pentacampeão do mundo mas que, em torneios olímpicos, até agora tinha "apenas" três medalhas de prata e duas de bronze. Porém, na noite de sábado, o Brasil foi finalmente feliz no Maracanã e da forma mais simbólica possível, como nos conta a reportagem de Marco Vaza, enviado do PÚBLICO ao Rio de Janeiro. Frente à Alemanha, e a jogar em casa, a selecção brasileira empatou (1-1) no tempo regulamentar, resultado que não foi desfeito no prolongamento e, por isso, houve que ir a desempate. Neymar, que tinha marcado o golo do Brasil, converteu o quinto e último pontapé, aproveitando a falha de Petersen, ao quinto penálti, para desempatar a contenda e servir a desforra contra os alemães, cuja selecção principal goleou o Brasil (7-1), no Brasil, durante o Mundial de futebol de 2014. No jogo dos terceiro e quarto lugares, a Nigéria reclamou o bronze, batendo as Honduras por 3-2.
Caster Semenya, pois então...
A última noite do atletismo nestes Jogos Olímpicos foi preenchida por finais – falta apenas apurar o vencedor da maratona masculina, cujo início está agendado para este domingo, às 13h30 (hora portuguesa). Da noite, sobram as vitórias esperadas da sul-africana Caster Semenya, que ganhou como se esperava a prova de 800m femininos – apesar do lastro de polémica que a sua entrada em pista sempre suscita – e do britânico Mo Farah, que assegurou o ouro nos 5000m, depois de ter feito o mesmo na prova dos 10.000m. Nas estafetas, as equipas norte-americanas reclamaram o ouro nos 4x400m femininos (e Allyson Felix somou a sua sexta medalha de ouro em Jogos) e masculinos, ao passo que a surpresa da noite foi um aspecto negativo, como aponta Luís Lopes: nos 1500m masculinos, o tempo final do vencedor Matt Centrowitz é o mais lento desde os Jogos de 1932...
"Tri" chinês no voleibol feminino
A China demorou a engrenar, perdendo três jogos na fase de grupos e apurando-se para os quartos-de-final no quarto lugar, mas deixa o Rio de Janeiro com o terceiro título de campeã olímpica de voleibol feminino, depois de derrotar a Sérvia na final, por 3-1. Campeã em 1984 e 2004 e prata em 1996, a China venceu no Maracanãzinho com os parciais de 19-25, 25-17, 25-22 e 25-23 e negou o ouro à Sérvia, que se estreou em finais olímpicas no Rio 2016.
Campeão russo no pentatlo moderno
O russo Alexander Lesun conquistou o primeiro título olímpico de pentatlo moderno (competição composta por provas de hipismo, esgrima, natação, tiro e corrida), ao bater no ucraniano Pavlo Tymoshchenko por sete pontos e o mexicano Marcelo Hernandez, por 11. Lesun, actual vice-campeão do mundo e presente em todos os pódios dos Mundiais desde 2010, foi campeão do mundo em 2012 e 2014. Nos Jogos Olímpicos Londres 2012, terminou no quarto lugar.
A estreia dourada da Sérvia no polo aquático
A Sérvia, campeã do mundo de polo aquático em masculinos, obteve o primeiro ouro em Jogos Olímpicos, ao derrotar na final a Croácia, campeã há quatro anos, por 11-7. Num jogo de especial rivalidade geográfica, a Sérvia foi para o primeiro intervalo com 3-2 e atingiu a metade do jogo já com 6-3. Nos últimos dois tempos geriu a vantagem, não deixando que o adversário sequer empatasse. Depois da prata em Atenas 2004 e do bronze em Pequim 2008 e Londres 2012, a Sérvia consegue finalmente ser campeã. Para o bronze, a Itália bateu o Montenegro por 12-10.
Estados Unidos imparáveis no basquetebol feminino
A selecção feminina dos Estados Unidos continua a fazer história, com o sexto título consecutivo, de um total de oito em nove torneios, e com 49 vitórias seguidas. A outra finalista, a Espanha, por seu lado, conquista a primeira medalha no basquetebol feminino, neste caso, de prata. A final terminou com o resultado desequilibrado de 101-72, para os EUA. No jogo para a atribuição da medalha de bronze, a Sérvia venceu a França, por 70-63.
Vitória chinesa nos saltos para a água a 10 metros
O chinês Chen Aisen é o novo campeão olímpico de saltos para a água de plataforma de 10 metros. Chen Aisen, de 20 anos, que já tinha conquistado o título nos saltos sincronizados a 10 metros, deu à China a sétima medalha de ouro em oito possíveis no encerramento das provas de saltos para água. O mexicano German Sanchez ficou com a prata e o bronze foi para o norte-americano David Boudia, campeão olímpico de Londres 2012.
Margarita Mamun campeã no concurso completo de ginástica rítmica
A russa Margarita Mamun venceu o concurso completo de ginástica rítmica e a sua compatriota Yana Kudryavtseva ganhou a prata. Vice-campeã mundial de all-around em 2014 e 2015, Mamum, de 20 anos, totalizou 76,483 pontos, contra os 75,608 de Kudryavtseva, tricampeã mundial, que procurava aos 18 anos o seu primeiro ouro olímpico. A medalha de bronze foi para a ucraniana Ganna Rizatdinova, que acumulou 73,583 pontos.
França perde andebol feminino para a Rússia
A Rússia conquistou o título olímpico de andebol feminino, ao vencer na final a França, por 22-19, e sucede à bicampeã Noruega, que conquistou a medalha de bronze, após vencer a Holanda, por 36-26. Depois de perder a final de Pequim 2008 frente à Noruega, a Rússia conseguiu no Rio terminar com a hegemonia nórdica que vigorava desde Atlanta 1996. A Rússia terminou o torneio olímpico invicta, depois de encerrar a fase de grupos na primeira posição do grupo B, com mais dois pontos do que a França, e das vitórias frente a Angola (31-27), no quartos-de-final, e à Noruega (38-37), na meia-final. No encontro para a atribuição da medalha de bronze, a bicampeã olímpica, campeã mundial e europeia Noruega impôs-se com facilidade à Holanda, por 36-26.
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