Guardas florestais vão fazer greve contra extinção da carreira

Sindicatos acusam o Governo de ter recusado negocias "com a Federação Nacional dos Sindicatos em Funções Públicas e Sociais a reversão do processo de extinção da carreira".

Foto
O ICNB vai ser fundido com a Autoridade Florestal Nacional Paulo Pimenta

Os guardas florestais vão avançar com uma greve contra a extinção da carreira e em defesa da atribuição de suplementos remuneratórios relacionados com as condições específicas do seu trabalho, disse esta quinta-feira fonte sindical.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os guardas florestais vão avançar com uma greve contra a extinção da carreira e em defesa da atribuição de suplementos remuneratórios relacionados com as condições específicas do seu trabalho, disse esta quinta-feira fonte sindical.

Luís Pesca, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, avançou à agência Lusa que a greve foi a forma de luta escolhida para enfrentar a recusa do Governo em aceitar as reivindicações dos guardas florestais, o que "contrasta com as afanosas declarações em defesa da floresta e da prevenção dos incêndios florestais, quer do primeiro-ministro, quer de outros membros do governo, nos últimos dias".

O dia marcado para a greve dos guardas florestais do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da GNR, e a forma como irá decorrer serão explicados na terça-feira, conforme refere um comunicado da Federação.

Os sindicatos salientam que numa reunião, realizada na quarta-feira, "o Governo PS recusou negociar com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais a reversão do processo de extinção da carreira de guarda florestal e a atribuição de suplementos remuneratórios decorrentes das suas funções e condições específicas de trabalho".

No encontro, segundo a federação, o secretário de Estado da Administração Interna, também recusou a resolução de questões relacionadas com a carreira de guarda florestal, como o pagamento dos retroactivos da aplicação do novo estatuto, de Novembro de 2015 a Março de 2016, a regulamentação da licença por mérito, assim como as correcções, tanto da redacção de um artigo para "eliminar uma injustiça relativa", como de um anexo ao documento que contém uma gralha.

"Insistir no erro da extinção da carreira de guarda florestal, não é defender a floresta, e o Governo insiste neste erro, como insiste em manter [estes profissionais] numa situação de subvalorização no SEPNA/GNR", salienta a Federação.

Para a estrutura sindical, "é por demais evidente que neste serviço, são os elementos desta carreira que asseguram competentemente as funções de policiamento e fiscalização do cumprimento da legislação florestal, da caça e da pesca e garantem a investigação das causas dos incêndios florestais e a criteriosa validação das áreas ardidas e dos danos na floresta".