O drama de um olhar perdido
O olhar vago, tranquilo e distante de Omran Daqneesh, a criança síria de cinco anos que faz a capa da edição de hoje do PÚBLICO, mostra-nos com especial clareza a brutalidade da guerra e a desumanização a que está sujeita a população de Alepo — que, como Guernica, Coventry, Leninegrado ou Dresden faz parte dessa indizível lista de cidades-mártir dos bombardeamentos indiscriminados. Omran está ferido, acabou de ser retirado dos escombros da sua casa, mas nem por isso o seu olhar revela pavor, sofrimento, ou raiva. Mostra apenas a resignação de uma criança cujo quotidiano se reparte pela rotina do pêndulo que oscila entre a vida e a morte. É por isso uma imagem que, como a de Aylan, nos interpela e nos compromete. Uma Europa mais generosa e humanista devia há muito ter vindo para a rua protestar contra a tragédia da Síria. Uma cidadania mais solidária e militante há muito que teria forçado o mundo a acabar com essa guerra.
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O olhar vago, tranquilo e distante de Omran Daqneesh, a criança síria de cinco anos que faz a capa da edição de hoje do PÚBLICO, mostra-nos com especial clareza a brutalidade da guerra e a desumanização a que está sujeita a população de Alepo — que, como Guernica, Coventry, Leninegrado ou Dresden faz parte dessa indizível lista de cidades-mártir dos bombardeamentos indiscriminados. Omran está ferido, acabou de ser retirado dos escombros da sua casa, mas nem por isso o seu olhar revela pavor, sofrimento, ou raiva. Mostra apenas a resignação de uma criança cujo quotidiano se reparte pela rotina do pêndulo que oscila entre a vida e a morte. É por isso uma imagem que, como a de Aylan, nos interpela e nos compromete. Uma Europa mais generosa e humanista devia há muito ter vindo para a rua protestar contra a tragédia da Síria. Uma cidadania mais solidária e militante há muito que teria forçado o mundo a acabar com essa guerra.