Vencer o cancro e ganhar o ouro olímpico aos 54 anos

O triunfo de um velejador para quem “a vida é uma maravilha”.

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Santiago Lange e Cecília Carranza Saroli celebraram o triunfo na terça-feira. William West/AFP

O mais velho velejador nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o argentino Santiago Lange, de 54 anos, selou na terça-feira um dos mais dramáticos triunfos da história olímpica ao conquistar a medalha de ouro na classe mista Nacra 17, com a parceira Cecília Carranza Saroli, menos de um ano depois de ter perdido metade de um pulmão devido a um cancro.

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O mais velho velejador nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o argentino Santiago Lange, de 54 anos, selou na terça-feira um dos mais dramáticos triunfos da história olímpica ao conquistar a medalha de ouro na classe mista Nacra 17, com a parceira Cecília Carranza Saroli, menos de um ano depois de ter perdido metade de um pulmão devido a um cancro.

Lange, que fará 55 anos a 22 de Setembro, precisamente o dia em que, no ano passado, foi submetido a uma cirurgia, foi diagnosticado com cancro do pulmão em Abril de 2015. Com cinco participações olímpicas no currículo, o engenheiro naval encarou a presença no Rio de Janeiro como uma motivação adicional para vencer a doença.

Apesar do cansaço extremo que sentiu durante grande parte da batalha, não só se manteve no programa de preparação mas também regressou ao mar apenas cinco dias depois de lhe ser retirado metade do pulmão esquerdo. Mais do que o ouro ou sequer o pódio, o objectivo era acompanhar os dois filhos, Yago e Klaus, que competiriam pela Argentina na classe 49er.

No Rio de Janeiro, Lange acabaria por se estrear num catamarã Nacra e numa parceria como uma atleta numa competição olímpica. “Nunca pensei que iria fazer equipa com uma mulher, mas foi fascinante”, disse citado pela CNN.

Conquistado o ouro olímpico (o primeiro de Lange, que contudo já foi campeão do mundo quatro vezes e medalha olímpica de bronze em dois Jogos), o engenheiro e lenda da vela argentina não escondeu a emoção. “A vida é uma maravilha. Sou um privilegiado por ter a família e os amigos que tenho, mas sobretudo por fazer algo que é a minha paixão. Não meço as coisas pela idade mas sim pela forma como as vivo”, disse citado pelo jornal argentino Clarín.