Detidos suspeitos de pôr fogo em Mangualde, Mealhada, Guarda e Pinhel
Desde o início do ano, a Polícia Judiciária deteve 36 pessoas suspeitas de autoria de crime de incêndio florestal.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro homens suspeitos de terem ateado vários incêndios florestais nos distritos de Viseu (no concelho de Mangualde), de Aveiro (Mealhada) e da Guarda, nesta cidade e em Pinhel.
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A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro homens suspeitos de terem ateado vários incêndios florestais nos distritos de Viseu (no concelho de Mangualde), de Aveiro (Mealhada) e da Guarda, nesta cidade e em Pinhel.
Os quatro suspeitos - dois dos quais, pelo menos, confessaram à polícia a autoria dos crimes - já foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial e aguardam os respectivos julgamentos em prisão preventiva.
O suspeito de ter ateado um fogo em Mangualde, no sábado, 13 de agosto, que tem 43 anos de idade, é solteiro e pastor de profissão. Terá usado chama directa para lançar o incêndio, foi detido pela PJ em colaboração com o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Mangualde.
O incêndio, que alastrou “rapidamente”, destruiu “uma área considerável de uma mancha florestal, povoada de sobreiros e pinheiros bravos”, e uma casa devoluta.
Além disso, pôs em perigo diversas habitações e “vários barracões de apoio agrícola”, refere uma nota da Directoria do Centro da PJ, enviada hoje à agência Lusa.
O presumível autor de um fogo posto na Mealhada, na sexta-feira (12 de agosto), que tem 26 anos de idade e é trabalhador agrícola, já “foi presente às autoridades judiciárias competentes" e também aguarda "os ulteriores trâmites do processo sujeito a prisão preventiva”.
De acordo com um comunicado da Directoria de Aveiro da PJ, o incêndio foi iniciado “através de chama directa, com recurso a um isqueiro, tendo o seu autor confessado os factos e indicado a forma como procedeu”.
O homem também admitiu que “tinha um certo fascínio por visualizar os meios aéreos durante” o combate às chamas, acrescenta a Judiciária.
A PJ, mas através do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, em colaboração com a PSP nesta cidade, deteve ainda o suspeito da autoria de, “pelo menos, quatro crimes de incêndio florestal”, ocorridos entre os dias 07 e 13 de agosto, na Guarda.
“Os dois últimos incêndios tiveram lugar de madrugada, na cidade da Guarda, designadamente numa vasta zona de pinhal, anexa ao Hospital Sousa Martins e ao bairro residencial das Lameirinhas, e também num quintal”, próximo da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, “povoado essencialmente por árvores frutícolas”.
Os dois outros focos eclodiram também durante a noite, “numa zona de mato, povoada por giestas altas e pinhal pequeno, numa quinta agrícola igualmente próxima do referido Bairro das Lameirinhas”, refere ainda a PJ.
O detido, que tem 46 anos de idade e está desempregado, evidencia “tendência autodestrutiva” e já terá tentado “colocar fogo directamente em várias botijas de gás, localizadas no exterior de um quiosque da cidade da Guarda”, adianta a polícia, noutro comunicado enviado à agência Lusa.
Também através daquele departamento, a Judiciária deteve, em colaboração com a GNR de Freixedas (Pinhel), o suspeito de ter ateado o incêndio florestal que, na noite de domingo (14 de agosto), “consumiu em poucas horas vários hectares de vegetação, mato e pinheiros, assim como uma quinta agrícola”, em Alverca da Beira.
O detido, agricultor, de 54 anos de idade e que já foi, anteriormente, “condenado por factos da mesma natureza”, também aguarda julgamento em prisão preventiva.
O fogo, que atingiu “grandes dimensões”, tendo posto em “grave perigo várias casas de habitação”, também terá sido ateado por chama direta, com recurso a um isqueiro.
O presumível autor do incêndio admitiu “não ter conseguido dominar o seu próprio ímpeto incendiário, nem resistido à vontade de assistir ao severo desenvolvimento do mesmo”, afirma a Judiciária.
Desde o início do ano, a Polícia Judiciária deteve 36 pessoas suspeitas de autoria de crime de incêndio florestal.