Silêncio, que vai nadar Michael Phelps

O mais medalhado de sempre conquistou mais dois ouros no Rio de Janeiro.

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O que têm em comum a natação e a arte? Michael Phelps. No Estádio Aquático Olímpico do Rio de Janeiro fez-se silêncio para ver nadar o atleta mais medalhado de sempre e o norte-americano terminou a noite com mais dois ouros na conta pessoal. São 21 títulos em cinco participações olímpicas (embora em 2000 não tenha conquistado qualquer medalha), a que se juntam duas pratas e dois bronzes. Um total de 25 medalhas, mas a agenda de Phelps no Rio 2016 ainda não terminou: faltam os 200m estilos e os 100m mariposa.

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O que têm em comum a natação e a arte? Michael Phelps. No Estádio Aquático Olímpico do Rio de Janeiro fez-se silêncio para ver nadar o atleta mais medalhado de sempre e o norte-americano terminou a noite com mais dois ouros na conta pessoal. São 21 títulos em cinco participações olímpicas (embora em 2000 não tenha conquistado qualquer medalha), a que se juntam duas pratas e dois bronzes. Um total de 25 medalhas, mas a agenda de Phelps no Rio 2016 ainda não terminou: faltam os 200m estilos e os 100m mariposa.

O entusiasmo das bancadas era difícil de controlar e a organização teve de fazer repetidos apelos antes de poder dar início à final dos 200m mariposa. Quando finalmente houve condições, fez-se um silêncio absoluto no recinto e quase podia ouvir-se a respiração dos nadadores. Phelps (que em Londres 2012 foi segundo na prova) começou a descolar da concorrência nos segundos 50 metros da prova, mas um derradeiro parcial mais lento ainda permitiu a aproximação dos adversários. O norte-americano terminou com 1m53,36s, logo seguido pelo japonês Masato Sakai, cuja ponta final fortíssima (virou aos 150 metros em sexto) o deixou a meros 0,04s do mito olímpico. Tamas Kenderesi, da Hungria, completou o pódio com 1m53,62s.

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O momento da chegada nos 200m mariposa Reuters

O Estádio Aquático Olímpico quase vinha abaixo. Phelps tocou na parede, conferiu o resultado e ergueu-se com os dois indicadores apontados para o alto, saboreando o delírio das bancadas. E continuou a viver esse momento na cerimónia de pódio, ao qual subiu com um sorriso de orelha a orelha. Recebeu a medalha de ouro, ouviu o hino e foi até à bancada beijar a namorada, a mãe e o filho Boomer, nascido em Março. “Estou entusiasmado por poder tê-lo lá, o meu primeiro filho, a ver-me disputar algumas das minhas últimas provas”, confessou o nadador antes dos Jogos Olímpicos.

Mas ainda havia mais para o pequeno Boomer ver. Phelps regressou à piscina para a prova que encerrou a jornada nocturna de terça-feira no Rio de Janeiro, a estafeta 4x200m livres, e saiu da água com mais um título olímpico. O nadador a quem chamam “Bala de Baltimore” nadou o derradeiro percurso da estafeta e coube-lhe confirmar o triunfo norte-americano, que começara a ser desenhado pelos seus companheiros.

A Austrália e os EUA destacaram-se na frente desde o início, com o Japão por perto. Townley Haas, que nadou o parcial mais rápido de todos, deu vantagem aos norte-americanos. E foi com Ryan Lochte que os EUA definitivamente deixaram toda a gente para trás. O desempenho dele rendeu um avanço superior a um segundo e meio, muito graças à sua técnica particular nas viragens – faz o percurso subaquático de costas e só volta à posição de “crawl” no instante antes de regressar à tona. Phelps fez os 200m de consagração, com os EUA a concluírem a prova em 7m00,66s. A prata ficou para a Grã-Bretanha 7m03,13s, seguida de muito perto pela estafeta japonesa.

O hino norte-americano ainda tocou uma terceira vez, graças a Katie Ledecky. Sem surpresas, triunfou na prova dos 200m livres e conquistou a segunda medalha de ouro da conta pessoal no Rio 2016. A jovem prodígio norte-americana controlou a concorrência e impôs-se com naturalidade. “Assim que entrei na água, entrei em piloto automático. Assumi a liderança e não a deixei fugir”, notou a jovem nadadora. “Competir com a detentora do recorde mundial foi fantástico”, acrescentou Ledecky.

A melhor marca mundial continuou nas mãos de Federica Pellegrini, mas a italiana terminou fora do pódio no Rio de Janeiro. Foi apenas quarta classificada, atrás da sueca Sarah Sjöström (prata) e da australiana Emma McKeon (bronze).

A outra final da jornada rendeu um recorde olímpico e o terceiro ouro em outras tantas finais para Katinka Hosszú. O Rio de Janeiro está a revelar-se inesquecível para a húngara, que nas três participações olímpicas anteriores não tinha conquistado qualquer medalha. Nos 200m estilos, Hosszú estabeleceu um novo recorde olímpico com a marca de 2m06,58s. A húngara saiu na frente, mas sempre com a britânica Siobhan-Marie O’Connor por perto. No final, a diferença de 0,30s garantiu à “Dama de ferro” mais uma subida ao primeiro lugar do pódio.

Também ficou decidido o alinhamento de três finais: na prova masculina dos 100m livres o norte-americano Adrian Nathan foi o mais rápido, a nadar na pista 8 da primeira meia-final, com 47,82s. Tendo virado aos 50m em primeiro, o russo Vladimir Morozov terminou em quarto com 48,26s e ficou fora da final. O australiano Kyle Chalmers impôs-se na segunda meia-final, com 47,88s, e estabeleceu um novo recorde mundial júnior. E o Estádio Aquático Olímpico exultou com Marcelo Chierighini, nadador brasileiro que conseguiu o último lugar na final.

Nos 200m bruços, o japonês Ippei Watanabe estabeleceu um novo recorde olímpico na primeira meia-final, com 2m07,22s. Logo a seguir, na segunda meia-final, o norte-americano Kevin Cordes fez a última viragem 0,55s abaixo do recorde do mundo, mas terminaria apenas em segundo, atrás do britânico Andrew Willis (2m07,73s). A jovem australiana Madeline Groves foi a mais rápida das meias-finais dos 200m mariposa, seguida pela espanhola Mireia Belmonte Garcia e pela chinesa Zhou Yilin.