Ibtihaj Muhammad é a primeira norte-americana a disputar os Jogos Olímpicos de hijab
Atiradora espera derrotar estereótipos e arrancar a medalha de ouro. Esta edição está a ser marcada pela presença de mulheres muçulmanas em competição.
Ibtihaj Muhammad chegou à esgrima por exclusão de partes e esta segunda-feira compete pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Tinha 13 anos quando a mãe a incentivou a experimentar a esgrima, por lhe permitir competir sem alterar o uniforme. Hoje, com 30 anos, a atleta muçulmana torna-se a primeira norte-americana a competir com um hijab, o véu muçulmano que cobre a cabeça e o pescoço.
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Ibtihaj Muhammad chegou à esgrima por exclusão de partes e esta segunda-feira compete pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Tinha 13 anos quando a mãe a incentivou a experimentar a esgrima, por lhe permitir competir sem alterar o uniforme. Hoje, com 30 anos, a atleta muçulmana torna-se a primeira norte-americana a competir com um hijab, o véu muçulmano que cobre a cabeça e o pescoço.
Muhammad já tinha experimentado outros desportos: voleibol, softbol e ténis, mas em todos eles distinguia-se dos colegas por usar hijab. “Quis encontrar um desporto onde podia estar completamente coberta e não ter de parecer diferente”, explicou a atiradora norte-americana ao jornal Washington Post.
Eleita pela Time como uma das 100 personalidades do ano, Ibtihaj contou em entrevista à CNN que foi quando soube que nunca nenhuma mulher americana tinha competido a usar um hijab que decidiu fazê-lo. O objectivo é que “outras minorias percebam que também podem estar representadas” e que “tudo é possível”.
“Estou entusiasmada por poder mudar estereótipos e concepções erradas que as pessoas têm acerca de mulheres muçulmanas. Quero mostrar às pessoas que podem não só estar numa equipa olímpica como na equipa norte-americana, que é a mais forte das equipas”, afirmou à BBC Sports. A atleta norte-americana venceu o primeiro combate contra a ucraniana Olena Kravatska e garantiu a sua passagem aos oitavos-de-final.
O hijab juntou-se também ao uniforme de duas jogadoras de voleibol de praia egípcias, Doaa Elghobashy e Nada Meawad. As imagens das jogadoras vestidas com calças e camisolas de mangas compridas em contraste com o uniforme das jogadoras alemãs de calções e top de dimensões mais reduzidas tornaram-se virais.
Os Jogos Olímpicos de 2012 ficaram marcados pela estreia de uma mulher da Arábia Saudita em competição. Legalmente, as sauditas estavam proibidas de competir, mas, um mês antes dos Jogos Olímpicos de Londres, o Governo saudita anunciou que iria permitir pela primeira vez atletas do sexo feminino, pressionado pelo Comité Olímpico Internacional. A estreia coube à atleta de 800m Sarah Attar, de 23 anos.
Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a Árabia Saudita não leva uma, mas quatro atletas do sexo feminino. A Sarah Attar junta-se Kariman Abuljadayel, velocista dos 100m, a judoca Joud Fahmy e a esgrimista Lubna Alomair.
O aumento da presença de mulheres no desporto é um importante passo para países como a Arábia Saudita e Egipto, onde a participação das mulheres no mundo desportivo ainda é fortemente condicionada ou desequilibrada.