O antigo primeiro-ministro António Guterres continuou a liderar as preferências dos 15 países-membros do Conselho de Segurança para secretário-geral da ONU, na segunda votação realizada esta sexta-feira em Nova Iorque. Guterres obteve 11 votos favoráveis, dois sem opinião e dois de desencorajamento. Recorda-se que na primeira votação, realizada há três semanas, a candidatura do alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) obteve 12 votos favoráveis e três sem opinião.

O antigo primeiro-ministro António Guterres continuou a liderar as preferências dos 15 países-membros do Conselho de Segurança para secretário-geral da ONU, na segunda votação realizada esta sexta-feira em Nova Iorque. Guterres obteve 11 votos favoráveis, dois sem opinião e dois de desencorajamento. Recorda-se que na primeira votação, realizada há três semanas, a candidatura do alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) obteve 12 votos favoráveis e três sem opinião.

Nesta segunda votação houve um candidato com um comportamento surpreendente: Vuk Jeremic, da Sérvia, que alcançou o segundo lugar com oito votos favoráveis, mas quatro de desencorajamento e três “sem opinião”.

Em terceiro lugar ficou Susana Malcorra, também com oito votos de encorajamento, mas seis votos desfavoráveis e apenas um “sem opinião”.

O ex-Presidente esloveno Danilo Turk, que tinha ficado em segundo lugar na primeira votação, a 21 de julho, desce agora para quarto lugar com sete votos positivos, cinco negativos e três sem opinião.

A búlgara Irina Bokova, directora da UNESCO e antiga chefe da diplomacia do seu país — uma candidata que cumpre os dois requisitos que têm sido indicados nesta eleição, ser da Europa do Leste e mulher —, tem um resultado decepcionante, com sete votos de desencorajamento. O mesmo número de países encoraja a sua candidatura (apenas um não indicou opinião).

No fim da lista surge Helen Clark, da Nova Zelândia. Os últimos lugares ficaram com Miroslav Lajcak, da Eslováquia, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, e Igor Luksic, de Montenegro.

Vesna Pusic, da Croácia, desistiu da eleição na quinta-feira, restando agora seis homens e cinco mulheres na corrida. Estes resultados, que foram conhecidos a meio da tarde de ontem, são significativos quanto às diferenças de votos a favor entre a candidatura de António Guterres e os até agora mais sérios candidatos a secretário-geral das Nações Unidas. Do mesmo modo, é essencial saber qual a posição de voto estabilizada dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — China, França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia.

Como se trata de um processo de votação longo, que só será concluído no Outono, é ainda cedo para tirar conclusões, a não ser a que a candidatura de Guterres tem sido a mais apreciada. Não, apenas, entre os 15 membros do Conselho de Segurança, mas também nos comentários da imprensa internacional. 

Após a sua audição em 12 de Abril nas Nações Unidas, uma novidade no processo de eleição, a candidatura do antigo primeiro-ministro português foi elogiada, entre outros, pela BBC, pela agência Reuters, pelo jornal britânico The Guardian e pela revista The Economist.

O perfil que Guterres desenhou para o próximo secretário-geral da ONU, segundo estes influentes meios de comunicação, combina a solidez das convicções com a capacidade de diálogo, que o candidato considerou essenciais para combater os perigos do tempo actual: o populismo político, o racismo e a xenofobia. Posições, aliás, que presidiram à sua acção de mais de uma década à frente da ACNUR, num momento em que a crise das migrações passou a ser uma questão fulcral da cena política internacional.