Violento incêndio consumiu o Convento de São Paulo em Elvas
Governo assinou esta semana um memorando de entendimento sobre a recuperação deste edifício.
Está em fase de rescaldo, o combate ao violento incêndio que consumiu o Convento de São Paulo em Elvas, soube o PÚBLICO junto da Coorporação de Bombeiros Voluntários de Elvas, na manhã deste sábado.
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Está em fase de rescaldo, o combate ao violento incêndio que consumiu o Convento de São Paulo em Elvas, soube o PÚBLICO junto da Coorporação de Bombeiros Voluntários de Elvas, na manhã deste sábado.
O primeiro de 30 edifícios públicos que o Governo irá concessionar a privados, no âmbito do Programa de Valorização do Património,foi sexta-feira à noite, um pasto de chamas. O incêndio deflagrou cerca das 18h15, no edifício que foi o antigo Tribunal Militar de Elvas, no Convento de São Paulo, e consumiu uma estrutura antiga em que tanto o tecto, como as paredes e chão são de madeira, pormenor que tornou difícil a intervenção das corporações de bombeiros de Elvas, Campo Maior, Arronches e Monforte.
A intensidade das chamas chegaram a ultrapassar a altura do edifício, facto que obrigou os bombeiros a recorrer a um drone para avaliar o interior do edifício.
A PSP estabeleceu rapidamente um perímetro de segurança na área circundante ao edifício e ordenou que todas as viaturas fossem retiradas do local, pois teme-se que partes do antigo convento possam entrar em derrocada sobretudo em áreas que já se encontravam em estado de ruína.
Reagindo ao incêndio, que às 21h30 ainda não estava extinto, Nuno Mocinha, presidente da Câmara, diz que “o Concelho de Elvas e os Elvenses não mereciam” o que está a acontecer. “É triste ver o nosso Convento de São Paulo a arder. Há dois dias foi anunciado um hotel, hoje arde parte do edifício”, salientou Mocinha, lamentando que isto aconteça apenas dois dias depois de Elvas ter recebido a visita do ministro da Economia. Manuel Caldeira Cabral esteve em Elvas para a cerimónia de assinatura do primeiro memorando de entendimento para a concessão de património ao abandono e degradado à concessão de privados para investimento turístico.
O documento foi assinado entre autarquia, o Turismo de Portugal, a Direção-Geral do Património Cultural e a Direção Regional da Cultura do Alentejo, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas.
O Convento de São Paulo, em Elvas, foi o primeiro de 30 edifícios públicos que Governo concessionou a privados, no âmbito do Programa de Valorização do Património, e que prevê um investimento superior a cinco milhões de euros, com o objetivo de criar uma unidade hoteleira.
Nuno Mocinha acentuou na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento que o Convento de São Paulo foi durante muitos anos “uma mancha negra” no património da cidade de Elvas.
Um morador contactado pelo PÚBLICO faz referência a ruídos vindos do interior do edifício que admite poderem estar associados a derrocadas de elementos estruturais.
A corporação de bombeiros não facultou ainda qualquer informação sobre as causas do incêndio, apenas avançando que a origem do fogo estava a ser investigada pelas autoridades que ocorreram ao local, a PSP local.