Caminha já tem a sua história da pesca do bacalhau
O livro Viagens à terra Nova, Memórias de Um Tempo, de Aurora Rego, é apresentado este sábado em Vila Praia de Âncora
São 400 páginas, fruto de mais de dois anos de trabalho. A Câmara de Caminha apresenta este sábado o resultado de uma aturada pesquisa levada a cabo por Aurora Rego sobre a participação dos pescadores do concelho na epopeia da pesca do bacalhau. Viagens à Terra Nova, Memórias de um Tempo inclui fotografias e dados sobre centenas de pescadores e sobre os navios onde andaram, análises estatísticas e dezenas de entrevistas aos sobreviventes.
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São 400 páginas, fruto de mais de dois anos de trabalho. A Câmara de Caminha apresenta este sábado o resultado de uma aturada pesquisa levada a cabo por Aurora Rego sobre a participação dos pescadores do concelho na epopeia da pesca do bacalhau. Viagens à Terra Nova, Memórias de um Tempo inclui fotografias e dados sobre centenas de pescadores e sobre os navios onde andaram, análises estatísticas e dezenas de entrevistas aos sobreviventes.
Durante o século XX, 740 homens, quase todos da comunidade de vila Praia de Âncora, fizeram parte deste esforço de pesca longínqua que mobilizou mais de 20 mil portugueses de vários concelhos. À história da Faina Maior, que tem como expoente máximo o trabalho do historiador Álvaro Garrido e do Museu Marítimo de Ílhavo, têm sido acrescentados, nos últimos anos, alguns contributos locais, centrados nas comunidades de recrutamento mais significativas. Caminha acordou para esta parte da sua história em 2014 e desde então, Aurora Rego, da divisão de Cultura do Município, tem recolhido dados, fotografias, e ouvido as histórias destes pescadores.
Viagens à Terra Nova é o resultado desta empreitada ambiciosa. A partir de múltiplas fontes, a autora mostra o “surpreendente” peso da pesca do bacalhau numa pequena comunidade, numa obra que persegue as histórias destes homens, alguns dos quais, não esquecidos no livro, perderam a vida nesses Mares do Fim do Mundo, como lhes chamou o médico da frota, e escritor, Bernardo Santareno. “Temos a obrigação de recordar esses tempos, de recordar essas gentes, de tirar do esquecimento esses exemplos”, assume, no prefácio, o vereador da Cultura, Guilherme Lagido Domingos, lembrando que alguns dos pescadores entrevistados nestes dois anos por Aurora Rego já morreram, entretanto.
O livro é apresentado este sábado, pelas 18h, no Forte da Lagarteira, em Vila Praia de Âncora, num evento integrado na iniciativa Viagens à Terra Nova, que o município leva a cabo desde 2014 como tributo aos pescadores da Faina Maior. Este ano, o programa inclui concertos, arte urbana e, como já vem sendo hábito, mobiliza a restauração local para ementas baseadas no fiel amigo. Um peixe que faz parte da história do país e que contribuiu, durante décadas, para o desenvolvimento desta comunidade piscatória.