3Pês: Massive Attack em modo “isto é bom e há-de dar alguma coisa”

Promo, Palco e Pista: os 3Pês de António Barroso. Sugestões musicais para este fim-de-semana, de 4 a 7 de Agosto

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Sempre que há (Hope) Sandoval, há esperança. Neste caso, e porque a colaboração é com os Massive Attack, o augúrio sugere a possibilidade de um novo disco da banda inglesa. E entre o que é fresco e recente, sugiro Warpaint, Tijuana Panthers, Cheena e Morgan Delt, tudo gente americana.

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Sempre que há (Hope) Sandoval, há esperança. Neste caso, e porque a colaboração é com os Massive Attack, o augúrio sugere a possibilidade de um novo disco da banda inglesa. E entre o que é fresco e recente, sugiro Warpaint, Tijuana Panthers, Cheena e Morgan Delt, tudo gente americana.

Promo

Massive Attack e Hope Sandoval (Mazzy Star) voltaram a trabalhar em conjunto, o que resultou no belíssimo “The Spoils”, como aconteceu com “Paradise Circus”, tema de “Heligoland” (2010), o último longa-duração gravado pela banda inglesa, resumida a Robert del Naja e Grant Marshal. Como isto de lançar discos já não se faz como antigamente, há um segundo tema online e nas várias plataformas de streaming: “Come Near Me”, cantado por Ghostpoet.

O modelo de colaborações entre os “pais” do trip-hop britânico tende a intensificar-se, agora que se somam os rumores sobre o lançamento de um novo disco, que sucederá ao ep de Janeiro passado, Ritual Spirit, no qual participaram Roots Manuva, Tricky (é da “casa”) e Young Fathers, estes últimos para o tema “Voodoo In My Blood”.

Na forja, com data de saída para Setembro, está o terceiro trabalho das norte-americanas Warpaint, que se vai chamar “Heads Up” e, pela amostra — “New Song” —, o quarteto parece ter escolhido um caminho mais pop.

Ao contrário, os compatriotas Tijuana Panthers mantêm-se fiéis ao “garage” e lançam sexta-feira o quinto EP, “Ghost Food”, do qual extraíram “Playing For The Old”. A banda, que tem passado por Portugal (no Milhões de Festa, em Barcelos, e no Ignition, em Penafiel, nos últimos 12 meses), estará a preparar o seu quinto longa-duração, ainda sem prazo de finalização.

Ainda nos EUA, com algum carisma trabalhado nos meios mais “underground”, os Cheena (projecto paralelo dos Pharmakon, com colaborações de outras bandas) apresentam esta sexta-feira o seu primeiro registo em nome próprio — “Spend The Night With” —, com os singles “Stupor” e “Lost My Way” em destaque nas várias plataformas online. Também com saída em Agosto, o segundo trabalho dos californianos Morgan Delt, “Phase Zero”, que sucede ao estreante homónimo, de 2014, carregadinho de referências psicadélicas dos 60’s, conforme se pode perceber em “I Don’t Wanna See What’s Happening Outside”, “The System of 1000 Lies” ou “Some Sunsick Day”.

Palco

Após casas cheias no Hard Club (Porto) e Centro Cultural de Belém (Lisboa), os First Breath After Coma (Leiria) regressam sexta-feira à capital para “aquecimento”, no Musicbox (22h30), antes dos palcos de Paredes de Coura e Reeperbahn (Alemanha). Ainda viajam com o recente “Drifter” na bagagem e aproveito para recordar “Umbrae”, feito em parceria com Noiserv.

No sábado, no Porto, a Sonoscopia Associação assume a organização (16horas) daquilo a que chama “o menor festival de Verão”: “No Noise 2016”, com Alexandre Soares e Pedro Oliveira, Artur Vidal (Espanha), Bezbog, Marcelo dos Reis & Luís Vicente & Onno Govaert & Krisjan Martinsson (Holanda e Islândia), Preto Marfim, Rita Braga, Rui Faustino & Shadow Man & Pedro Branco, e Sukitoa O Namau (França). Todos se assumem como da cultura "underground", da música electro-acústica, do improviso, experimental e "noise".

Pista

Em noitadas contínuas prossegue o Lusitano, em Santa Maria da Feira, a aproveitar a semana medieval na cidade. Ou seja, ainda há, entre esta quinta-feira e segunda ao amanhecer uma selecção de DJ ao nível dos Cavaleiros da Távola Redonda, nomeadamente os 2 or 3 Imaginary Dudes (sexta), Pedro Monteiro (sábado) e Kitten (domingo). Para madrugadas de opção mais indie e alternativa, sem complexos ou géneros estanques.

Mudando de “agulha”. Aos 50 anos, o músico e produtor japonês Soichi Terada transporta a nostalgia "house" dos 90’s carregadinha de acordes mecânicos, dinâmicos, cadentes e divertidos, não tivesse ele trabalhado nos sons de jogos electrónicos há mais de 20 anos. É um pouco isso que se pode assistir, de sexta para sábado, no Lux Frágil, em Lisboa.

Também em ambiente electrónico, embora mais "underground", vai estar o Convento do Carmo, em Braga, na mesma noite, em modo Slime Night, que junta Mister Teaser e Nave Mãe. O primeiro é o modelo, já com 13 anos, do DJ Luís Liberal, com uma selecção entre disco/funky, house, nu-disco e electrónica em geral. O segundo funciona como alter ego de Frederico Mendes, para uma selecção mais "house" e "techno".