Rio Ave não resistiu à praga de Dallas
Slavia marcou cedo e obrigou a equipa portuguesa, reduzida a dez na segunda parte, a lutar contra o destino (1-1) na Liga Europa.
O Rio Ave falhou esta quinta-feira a qualificação para o play-off da Liga Europa ao empatar, 1-1, com o Slavia de Praga no jogo da segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da competição, disputado em Vila do Conde.
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O Rio Ave falhou esta quinta-feira a qualificação para o play-off da Liga Europa ao empatar, 1-1, com o Slavia de Praga no jogo da segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da competição, disputado em Vila do Conde.
Depois do nulo imposto pelos vila-condenses no jogo de Praga, as expectativas de repetir a recente participação na fase de grupos eram enormes. Porém, o Rio Ave, que se apresentou exactamente com o mesmo “onze” da primeira mão, não conseguiu surpreender a organização checa e desde muito cedo se percebeu que as dificuldades seriam enormes.
O Slavia de Praga fazia duas alterações, trocando Mihalik e Kenia por Zmrhal e Ngadeu, em relação ao primeiro embate, e apostava numa estratégia de paciência, ciente de que bastava um erro dos portugueses para simplificar as contas da eliminatória.
Sempre com Skoda como farol do ataque, os primeiros 20 minutos renderam uma bola ao poste, na sequência de cabeceamento do internacional checo, anunciando o golo de Husbauer no minuto seguinte, nascido de uma hesitação da defesa que não foi capaz de aliviar um lance perfeitamente controlável, permitindo a segunda vaga do Slavia, a ganhar em profundidade e a preparar o remate certeiro do médio.
O Rio Ave estava agora obrigado a marcar pelo menos dois golos, missão ingrata para quem fechou a primeira parte com um remate à baliza de Pavlenka. Mas pior do que a impotência atacante – registo apenas para a capacidade de luta de Yazalde – do Rio Ave, foi a expulsão do lateral direito Nadjack, mesmo em cima do apito para intervalo. O defesa tinha sido advertido pelo árbitro, Andrew Dallas, que não perdoou nova falta do luso-guineense, deixando o estádio à beira de um ataque de nervos.
Capucho ajustou a equipa para a missão espinhosa que esperava o Rio Ave na segunda metade, trocando Yazalde e Krovinovic por Tarantini e Pedrinho, mas a inferioridade numérica revelou-se um obstáculo difícil de transpor.
O árbitro, que no lance do golo checo ignorou a queda aparatosa de Rúben Ribeiro, lance que precedeu o remate de Husbauer, voltou a condescender na hora de aplicar o critério que levou à expulsão de Nadjack, poupando Mikula a uma expulsão na sequência de um “pisão” que colocaria as equipas a jogar dez contra dez.
Apesar de tudo, o Rio Ave furou o bloqueio e aproveitou um deslize de Deli para empatar: Pavlenka sacudiu o remate de Gil Dias, mas o poste devolveu a bola para Rúben Ribeiro facturar na recarga.
O Rio Ave estava, num ápice, a um golo de virar a história da eliminatória, apelando por isso a todo o espírito de sacrifício da equipa. O golo funcionou como autêntica injecção de adrenalina, com o Rio Ave a subjugar o adversário, jogando no limite do risco.
O árbitro continuava em destaque, perdoando o segundo amarelo a Deli e punindo Tarantini por simulação, quando o médio português fora agarrado. Perante um quadro de injustiça cada vez mais gritante (Vilas Boas tinha sido admoestado no banco de suplentes), Capucho reagiu e recebeu ordem de expulsão.
O jogo não estava ainda decidido, mas o tempo esgotava-se para o Rio Ave, com o Slavia a libertar-se paulatinamente do colete-de-forças para concluir o jogo já sem pressão e com a passagem à fase seguinte controlada.