PSD-Porto joga tudo num candidato carismático que dê luta a Rui Moreira

Sociais-democratas reconhecem que é difícil ao partido encontrar pessoas que tenham notoriedade para disputar eleições. E acusam Passos Coelho por não ter promovido figuras do PSD para serem candidatos em 2017.

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PSD concentra-se em encontrar um candidato à Câmara do Porto, actualmente liderada por Rui Moreira Adriano Miranda

Ainda sem certezas quanto ao candidato a Lisboa – o partido está suspenso à espera de Santana Lopes , o PSD-Porto prepara-se para iniciar a discussão relativamente ao processo das autárquicas no distrito, consciente de que o combate do próximo ano será difícil, exigindo, por isso, muita mobilização e empenho e escolhas acertadas que evitem uma nova derrota eleitoral como aconteceu em 2013.

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Ainda sem certezas quanto ao candidato a Lisboa – o partido está suspenso à espera de Santana Lopes , o PSD-Porto prepara-se para iniciar a discussão relativamente ao processo das autárquicas no distrito, consciente de que o combate do próximo ano será difícil, exigindo, por isso, muita mobilização e empenho e escolhas acertadas que evitem uma nova derrota eleitoral como aconteceu em 2013.

O partido está muito concentrado no Porto, mas não quer baixar a guarda relativamente às restantes 17 câmaras do distrito. Ao que o PÚBLICO apurou, a concelhia social-democrata aguarda apenas o regresso do recém-eleito presidente da distrital do PSD-Porto, Bragança Fernandes (que se encontra de férias), para marcar a primeira reunião preparatória das eleições locais que deverá contar com a presença do coordenador nacional para as autárquicas, Carlos Carreiras.

Ainda sem nomes para muitos dos concelhos do distrito, o PSD sabe que tem uma dura batalha pela frente, particularmente, no Porto, onde o independente Rui Moreira é considerado um candidato imbatível, mas também nas câmaras onde o partido não é poder, como acontece em Vila Nova de Gaia. Mas há uma ou outra autarquia do interior que são lideradas pelo partido e que em 2017 podem mudar de cor. Paredes, liderado pelo social-democrata Celso Ferreira, é um dos municípios que o partido pode perder para o PS se não houver pacificação. Celso Ferreira está de saída o autarca está a cumprir o seu terceiro e último mandato autárquico – e, para já, não há consenso quanto ao seu sucessor. Uns entendem que Pedro Mendes, vice-presidente do executivo e líder da concelhia, deve ser o rosto da candidatura no concelho, mas o presidente da autarquia parece inclinado para apoiar o seu director financeiro.

Com esta divisão interna, o PS espreita uma oportunidade de vitória em 2017, apostando, de novo, em Alexandre Almeida, que, em 2013, obteve o melhor resultado de sempre para o partido, tendo perdido a câmara apenas por 56 votos.

A grande dor de cabeça para o PSD é a Câmara do Porto. Ao longo do mandato, os sociais-democratas jogaram tudo no desgaste da relação Rui Moreira/Manuel Pizarro (que subscreveu com o independente que preside à autarquia um acordo pré-eleitoral para assegurar a governação), mas sem sucesso. Até agora não só não houve divergências entre os dois como Rui colocou nas mãos dos socialistas dois pelouros que a oposição considera “estratégicos para a cidade”: Urbanismo e Acção Social. E agora, a um ano das eleições autárquicas, tentam encontrar um “nome forte” que tenha carisma e dê luta a Rui Moreira.

O eurodeputado Paulo Rangel é o nome que reúne mais apoios, mas, aparentemente, o antigo candidato à liderança do PSD não estará disponível para protagonizar uma candidatura em nome do partido, a não ser que – dizem fontes sociais-democratas – Pedro Passos Coelho lhe peça para avançar. Paulo Rangel é amigo de Rui Moreira e isso tem peso se o cenário se colocar em cima da mesa. Rangel é o nome que a concelhia gostaria de anunciar como candidato, mas Miguel Seabra, líder concelhio não fala, para já, de nomes. “Ninguém pode dizer que se falou com A, com B ou com C, porque essa discussão ainda não aconteceu”, afirma o dirigente.

Um dirigente do PSD, que solicitou o anonimato, não poupa Passos Coelho por “não ter dado enquanto esteve no Governo notoriedade a algumas pessoas que agora poderiam estar disponíveis para serem putativos candidatos. Enquanto isso, promoveu independentes e agora vai ser difícil ao partido encontrar pessoas que tenham notoriedade para disputar eleições”. E acrescenta: “É preocupante que um partido como o PSD não tenha três ou quatro pessoas disponíveis para se apresentarem a eleições no Porto”.

“Em política não há impossíveis”, diz, por seu lado, uma outra fonte social-democrata, que recua a 2001 para dizer que nessa altura a vitória de Fernando Gomes não suscitava quaisquer dúvidas e a derrota de Rui Rio estava em cima da mesa e aconteceu precisamente o contrário”.

Seja como for, existe alguma expectativa relativamente à reunião que vai decorrer dentro de um mês entre a concelhia e a distrital, agora liderada por Bragança Fernandes, mas, para já, ninguém quer falar de nomes, até porque as escolhas dos candidatos às maiores câmaras como é o caso do Porto, Lisboa, Sintra e Gaia “estão sempre dependentes da direcção nacional do partido”, como frisa fonte do PSD.

A escolha do candidato do PSD à Câmara de Gaia um concelho que vale muitos votos vai exigir algum jogo de cintura, porque, à partida, há várias pessoas que não fecham a porta a uma candidatura. O actual presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Manuel Monteiro, que está no seu último mandato, é um “nome interessante” para ir à Câmara de Gaia, à qual já se candidatou há muitos anos e que perdeu para o PS, mas o candidato que muitos gostariam de ver avançar é Poças Martins, eleito recentemente para presidente do Norte da Ordem dos Engenheiros.