Electrificação da linha do Douro entre Caíde e Marco está atrasada um ano

Conclusão da obra foi prometida para inícios de 2016. Problemas financeiros do empreiteiro espanhol e má gestão dos subempreiteiros portugueses explicam atraso.

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A electrificação do troço permitiria uma mais rápida viagem entre o Porto e o Marco Diogo Baptista

É uma obra relativamente fácil de realizar e sem grande complexidade técnica. A electrificação dos 16 quilómetros da linha do Douro entre Caíde (concelho de Lousada) e Marco de Canavezes, adjudicada por 6,4 milhões de euros, deveria estar concluída em inícios de 2016, mas arrancou atrasada e ainda mais se atrasou durante os trabalhos devido às dificuldades financeiras do consórcio Isolux-Corsan. Neste momento a Infraestruturas de Portugal (ex-Refer) pondera rescindir o contrato com este empreiteiro tendo em conta que apenas 20% da obra está realizada.

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É uma obra relativamente fácil de realizar e sem grande complexidade técnica. A electrificação dos 16 quilómetros da linha do Douro entre Caíde (concelho de Lousada) e Marco de Canavezes, adjudicada por 6,4 milhões de euros, deveria estar concluída em inícios de 2016, mas arrancou atrasada e ainda mais se atrasou durante os trabalhos devido às dificuldades financeiras do consórcio Isolux-Corsan. Neste momento a Infraestruturas de Portugal (ex-Refer) pondera rescindir o contrato com este empreiteiro tendo em conta que apenas 20% da obra está realizada.

A história deste investimento é rica em anúncios antes de redundar neste fracasso. Em Novembro de 2013 a Refer confirmava à Lusa que o projecto de electrificação estava finalizado e que as obras deveriam arrancar em 2014. Mas em Setembro desse ano ainda nada estava feito e uma fonte do governo, citada pela mesma agência, confirmou então que a Refer acabara de adjudicar a obra.

No terreno, porém, nada aconteceu, mas em 17 de Maio de 2015 o então secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, assinou a consignação daquela empreitada numa cerimónia realizada no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento.

Dois meses depois, em 29/07/2015, o mesmo secretário de Estado e o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, fariam uma sessão pública em Marco de Canavezes para a apresentação da mesma obra, que teria um prazo de execução de 15 meses por forma a esta concluída em finais de 2016.

Em Fevereiro deste ano, e já com o novo governo, a obra é incluída no Plano de Investimentos Ferroviário 2020 e novamente apresentada por António Ramalho. Numa altura em que a IP já sabia da sua derrapagem e que era impossível concretizá-la nos prazos previstos, o organograma mantém que o projecto Caíde-Marco estaria terminado em 2016.

Dois meses depois, a própria IP admitia que a obra só estava realizada em 14% quando o seu progresso físico já deveria situar-se nos 81%. O atraso na calendarização era já de 228 dias.

Mas o que está em causa nesta electrificação, que beneficiaria os concelhos de Lousada, Amarante, Penafiel e Marco de Canavezes?

Em 1997, quando se modernizou o troço suburbano da linha do Douro, a electrificação ficou-se por Caíde do Rei, a 16 quilómetros do Marco. Desde então, como esta cidade já estava incluída na orla suburbana do Grande Porto, a CP passou a realizar aquele serviço com comboios eléctricos até Caíde, onde se realiza um transbordo para umas velhas automotoras a diesel que asseguram a ligação ao Marco.

Para a CP, que se debate com falta de material diesel, é urgente a electrificação deste troço que lhe permitiria prolongar o serviço suburbano com material eléctrico até Marco de Canavezes libertando-lhe as automotoras para serviços regionais. E para os passageiros desta cidade os benefícios deste investimento são ainda maiores: poderiam ter ligações directas ao Porto sem mudança de comboio e com um tempo de percurso que poderia ser encurtado entre dez a 15 minutos. Actualmente a viagem em serviço suburbano entre Marco e Porto demora entre 1 hora e 21 minutos a 1 hora e 34 minutos.