EUA bombardeiam Estado Islâmico na Líbia
Os ataques vão continuar às mãos da coligação aérea internacional que combate o grupo jihadista na Síria e Iraque. Extremistas estão cercados em Sirte há semanas.
Os Estados Unidos realizaram esta segunda-feira uma primeira vaga de ataques aéreos contra o enclave do grupo Estado Islâmico na Líbia, em Sirte, onde os jihadistas estão cercados há várias semanas. Os ataques aconteceram a pedido do Governo de Unidade Nacional, que revelou que os bombardeamentos continuarão às mãos da coligação aérea internacional que combate já o grupo extremista na Síria e Iraque.
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Os Estados Unidos realizaram esta segunda-feira uma primeira vaga de ataques aéreos contra o enclave do grupo Estado Islâmico na Líbia, em Sirte, onde os jihadistas estão cercados há várias semanas. Os ataques aconteceram a pedido do Governo de Unidade Nacional, que revelou que os bombardeamentos continuarão às mãos da coligação aérea internacional que combate já o grupo extremista na Síria e Iraque.
Esta não é a primeira vez que os EUA realizam operações aéreas na Líbia depois a intervenção da NATO e queda de Muammar Khadafi, mas nunca antes o tinham feito a pedido do novo Governo formado com apoio da ONU. “Quero assegurar-vos que estas operações estão limitadas a um calendário específico e que não vão para além de Sirte e dos seus subúrbios”, afirmou na televisão o primeiro-ministro, Fayez Seraj.
Há meses que está em cima da mesa uma intervenção externa para derrotar o Estado Islâmico na Líbia, onde há alguns meses tinha seis mil combatentes e onde muitos temem que o grupo esteja a preparar um enclave alternativo em caso de derrota na Síria e Iraque. Estados Unidos, Reino Unido e França têm homens das forças especiais no terreno, embora não o admitam publicamente, por receio de que a sua presença aliene a população líbia.
O mundo tenta salvar a Líbia com mais armas
Seraj disse que a intervenção desta segunda-feira não será seguida da entrada de tropas estrangeiras na Líbia, que vê com desconfiança a presença de militares estrangeiros no seu país depois da ofensiva da NATO. No final de Julho, quando um helicóptero francês se despenhou na Líbia, matando os três soldados a bordo, a população protestou às portas da base naval de Tripoli, onde opera o Governo de Unidade Nacional.
O primeiro-ministro disse não estar a par da presença de forças especiais estrangeiras no país e queixou-se ao embaixador francês daquilo que disse ser uma “violação de soberania”, mesmo que a presença de militares estrangeiros no terreno seja conhecida há vários meses. A sua participação nos combates ao largo de Sirte ajudou as facções aliadas a Seraj a somar vitórias contra os jihadistas em Sirte nas últimas semanas.
O Pentágono e a Casa Branca confirmaram os ataques aéreos desta segunda-feira, autorizados por Barack Obama na última semana. “Estas acções e outras que foram tomadas ajudarão a impedir que o Estado Islâmico tenha um porto-seguro na Líbia, de onde pode atacar os Estados Unidos e os seus aliados”, escreve o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, dizendo que os ataques aéreos servem para facilitar os avanços no terreno.
O Governo de Unidade Nacional da Líbia é apoiado por várias instituições e facções armadas de relevo, mas não controla grande parte do país, sobretudo o Leste, onde o líder não oficial é o general Khalifa Haftar, que comanda o que resta do exército de Khadafi. Três Governos disputam o controlo do país – dois em Tripoli e um em Tobruk, no Leste – embora só a formação de Seraj detenha agora poder real.
A sua maior preocupação tem sido conter a ameaça dos jihadistas em Sirte, que é não só o maior bastião do Estado Islâmico fora do Médio Oriente, mas também o território que controlam mais próximo da Europa, apenas a algumas centenas de milhas marítimas. Conseguir derrotá-los abriria novos caminhos políticos a Seraj, mas o avanço terrestre da poderosa milícia aliada de Misrata tem sido travado pela falta de meios do Governo de Unidade Nacional e pelos edifícios altamente armadilhados e os atiradores furtivos em Sirte.