Prejuízo do Novo Banco cresce para 363 milhões
São os últimos resultados sob a gestão de Stock da Cunha. Custos caíram 23%.
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O Novo Banco fechou o semestre com um prejuízo de 362,6 milhões de euros, mais 110,7 milhões do que o registado no mesmo período de 2015.
Para o resultado negativo contribuiu uma provisão de 109,6 milhões de euros destinada ao processo de reestruturação que o banco tem em curso e que inclui o corte de trabalhadores e a diminuição do número de balcões. Ao todo, as provisões ascenderam a 576,7 milhões de euros, mais 305 milhões do que no primeiro semestre do ano passado.
No comunicado de resultados, divulgado neste domingo, o Novo Banco refere que o excluindo os custos de reestruturação e o registo do total do valor relativos à contribuição sobre o sector bancário (que é devida pelos bancos) e das contribuições para o Fundo de Resolução, o resultado semestral seria de 243,9 milhões de euros negativos.
Os custos operacionais totalizaram 304,2 milhões de euros, menos 23,4% face ao primeiro semestre de 2015. A descida reflecte o "esforço empreendido pelo grupo, nomeadamente na redução do número de colaboradores, na simplificação e melhoria de processos e na optimização da estrutura operativa e comercial”, refere o comunicado. Os depósitos de clientes totalizam 25,1 mil milhões.
O resultado operacional foi de 142,3 milhões, "superior a todo o resultado gerado em 2015 (125 milhões), demonstrativo da crescente capacidade de geração de receitas", refere a instituição. Olhando apenas para o segundo trimestre, as contas mostram uma melhoria face aos três primeiros meses do ano, com o prejuízo entre Abril e Junho a totalizar 113,3 milhões de euros.
Estes são os últimos resultados sob a gestão de Eduardo Stock da Cunha, que regressa agora ao Lloyds Bank. A partir de segunda-feira, o banco será dirigido por António Ramalho, que até aqui estava à frente da empresa pública Infraestruturas de Portugal. Ramalho será o terceiro presidente do Novo Banco em dois anos. O primeiro, e por um curto período de tempo, foi Vítor Bento.
O Novo Banco é o segundo grande banco português a apresentar prejuízos no primeiro semestre deste ano, depois de o BCP ter acumulado prejuízos de 197,3 milhões de euros.
Já o BPI teve lucros de 106 milhões no primeiro semestre, período em que o Santander teve um lucro de 196,2 milhões de euros.