Greve dos enfermeiros no Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém com "boa adesão"
A greve dos enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém, que começou às 0h desta quinta-feira, teve uma “boa adesão", com alguns hospitais, como o do Fundão, a atingir os 100%, revelou Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
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A greve dos enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém, que começou às 0h desta quinta-feira, teve uma “boa adesão", com alguns hospitais, como o do Fundão, a atingir os 100%, revelou Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
“A adesão à greve no turno da noite, veio de encontro às nossas expectativas. Em Faro a adesão foi de 68%, em Portimão 84%, em Lagos 50%, no Fundão 100%, Cova da Beira (Covilhã) 92%, Castelo Branco 94% e Hospital de Braga 55%”, especificou a sindicalista.
“Com este números de adesão à greve, naturalmente vão de encontro às nossas expectativas e mais uma vez vem demonstrar o descontentamento dos enfermeiros e que se aprofundou devido ao comportamento do Ministério da Saúde à mesa negocial que depois de ter assinado um protocolo de acordo retirou a proposta recusando-se a negociar”, disse.
Guadalupe Simões sublinhou que os enfermeiros perante esta situação “estão ainda mais revoltados”.
Os enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém cumprem nesta quinta-feira o primeiro de dois dias de greve convocada pelo SEP, no mesmo dia em que mais trabalhadores da saúde também estão em protesto.
Inicialmente nacional, o primeiro dia desta greve foi transformado em greve territorial de enfermeiros, tendo em conta o facto do Ministério da Saúde ter recuado na intenção de “eliminar a autonomia que os enfermeiros conquistaram nas últimas décadas”, através da legislação sobre os actos profissionais, segundo o dirigente do SEP, José Carlos Martins.
“Decorrente do aviso da greve e concentração, o Ministério da Saúde remeteu a proposta de lei para negociação com o SEP e teve uma evolução muito grande, repondo o essencial da autonomia”, adiantou.
José Carlos Martins exemplificou com a intenção inicial da tutela de propor a revogação de que os enfermeiros façam diagnósticos de enfermagem e prescrevam intervenções de enfermagem, a qual não avançou.
Perante esta atitude do Ministério da Saúde, e uma vez que a regulamentação dos actos profissionais era um dos motivos da greve, o SEP “repensou o seu processo de luta” e o primeiro dia de greve, inicialmente nacional, passa a ser uma greve em cinco distritos: Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Santarém e Faro.
A greve nacional marcada para sexta-feira mantém-se, uma vez que prosseguem os seus motivos, como “a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com Contratos Individuais de Trabalho, a reposição do valor integral das horas de qualidade extraordinárias, a admissão de enfermeiros e o pagamento das horas extraordinárias”.
José Carlos Martins lamentou que, desde o aviso da greve, e “a propósito das pressões e das sanções europeias, os ministérios da Saúde e das Finanças tenham retirado das negociações a aplicação das 35 horas aos CIT”.