Nasceu um abutre-preto na Herdade da Contenda, em Moura, o segundo desde 2015

Nidificam em Portugal cerca de 20 casais desta espécie necrófaga que está classificada no nosso país como Criticamente em Perigo. No Alentejo estão instalados 30 ninhos artificiais.

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A Liga para a Protecção da Natureza relevou esta quarta-feira o nascimento de uma cria de abutre-preto, na Herdade da Contenda que é propriedade da Câmara de Moura, entidade que tem colaborado com a organização ambientalista na monitorização das aves necrófagas. <_o3a_p>

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A Liga para a Protecção da Natureza relevou esta quarta-feira o nascimento de uma cria de abutre-preto, na Herdade da Contenda que é propriedade da Câmara de Moura, entidade que tem colaborado com a organização ambientalista na monitorização das aves necrófagas. <_o3a_p>

“É a segunda vez que tal acontece desde que a espécie voltou a reproduzir-se no Alentejo, em 2015”, após mais de 40 anos em que não foi detectada a reprodução desta espécie necrófaga a sul do rio Tejo em Portugal, refere a organização ambientalista.<_o3a_p>

No passado mês de Março, quatro casais desta espécie que está classificada no nosso país como Criticamente em Perigo, voltaram a nidificar nos ninhos artificiais instalados pelo projeto LIFE “Habitat Lince Abutre” naquela herdade.<_o3a_p>

E à semelhança do que se verificou em 2015, um desses casais “incubou com sucesso um ovo”, tendo nascido mais uma cria de abutre-preto, salienta a LPN, realçando a importância de uma nova reprodução, que assim vem dar continuidade ao “restabelecimento de um núcleo reprodutor” desta ave no Sul de Portugal, e pelo segundo ano consecutivo.  <_o3a_p>

Este é um resultado ”muito encorajador com vista ao desejado restabelecimento de um núcleo reprodutor desta ave na região”, adianta a Liga, realçando a importância do trabalho que tem vindo a ser realizado no âmbito do projeto LIFE “Habitat Lince Abutre”.  <_o3a_p>

A organização ambientalista salienta ainda que, recentemente e na presença do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, esta cria de abutre-preto, actualmente com quase de três meses de idade, “foi marcada com uma anilha PVC vermelha com código em branco (7K), o que permitirá posteriormente identificá-la quando deixar o ninho”. <_o3a_p>

Com este procedimento, completado com uma análise genética entretanto efectuada para determinar o sexo do juvenil, foi possível confirmar “tratar-se de um macho”, que se encontra em perfeitas condições físicas e que se deverá ainda manter no ninho durante as próximas semanas até que adquira a capacidade de voar, assinala a LPN.<_o3a_p>

Descrevendo a importância do nascimento de mais um exemplar de abutre-preto, a Liga realça o papel fundamental dos abutres para manter a sanidade dos ecossistemas. Contudo, este facto não tem impedido que esta espécie necrófaga esteja “ameaçada de extinção em Portugal” por estarem sujeitos a diversas ameaças à sua sobrevivência, a maioria de origem humana, de onde se destacam “o envenenamento ilegal e a escassa disponibilidade de alimento”. <_o3a_p>

No caso do abutre-preto, este só regressou como reprodutor a Portugal em 2010 e na região do Tejo Internacional, onde estão a nidificar apenas 15 casais. No Douro Internacional também está registada a presença de um único casal e no Alentejo tal só aconteceu em 2015 e no ano em curso, como o PÚBLICO já fez referência.  <_o3a_p>

Desde 2012, projeto LIFE "Habitat Lince Abutre", já instalou 30 ninhos artificiais para abutre-preto nos concelhos de Moura, Mourão e Barrancos e do Vale do Guadiana.