Teatro que envolve o público, música e diálogos sobre a vida, na temporada da Culturgest
Uma coreografia de Boris Charmatz, o regresso da coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker e dramaturgia de Anthony Hampton.
Um concerto do pianista Abdullah Ibrahim, teatro do Anthony Hampton e Regina Guimarães, uma coreografia de Boris Charmatz, que envolve o público, e quatro diálogos entre dois Prémios Pessoa fazem a próxima programação da Culturgest, em Lisboa.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um concerto do pianista Abdullah Ibrahim, teatro do Anthony Hampton e Regina Guimarães, uma coreografia de Boris Charmatz, que envolve o público, e quatro diálogos entre dois Prémios Pessoa fazem a próxima programação da Culturgest, em Lisboa.
A programação esta quarta-feira divulgada, que vai de Setembro a Dezembro, é de continuidade, no que toca a vários ciclos de conferências e de música - dedicados ao jazz ou aos blues -, e de estreias de teatro e dança, que convocam uma participação mais directa dos espectadores.
Em Setembro, acontecerá o primeiro de quatro diálogos entre o cardeal-patriarca Manuel Clemente e o neurocirurgião João Lobo Antunes, ambos Prémio Pessoa. Intitulados A vida conversada, têm por objectivo reflectir "sobre quatro temas apaixonantes do mundo contemporâneo", a começar pelo "sentido da vida".
Ainda naquele mês, no dia 23, dar-se-á o regresso do pianista sul-africano Abdullah Ibrahim, 81 anos, para uma actuação a solo na Culturgest, onde já tinha estado em 2011.
No dia 24, é organizada a mesa-redonda Heroes just for one evening, sobre o legado do músico David Bowie, que morreu em Janeiro.
No teatro, o autor britânico Anthony Hampton apresentará, em Outubro, Os excedentários, no qual os espectadores poderão circular no palco como figurantes, guiados por uma voz através de auscultadores.
A mesma experiência de "autoteatro", com o público a ser intérprete, acontecerá em Novembro, também com dramaturgia de Anthony Hampton e direcção de Britt Hatzius, com o espectáculo Cinema Cego.
Nele é exibido um filme e parte do público estará de olhos vendados. Atrás de cada fila de espectadores, estará outra fila de crianças que descreverão, em voz baixa, o que estão a ver pela primeira vez no grande ecrã.
Cinema Cego é "uma experiência em que o acto de ver um filme se torna um investimento partilhado: um acto colaborativo da imaginação entre crianças que vêem e adultos vendados", afirma a Culturgest.
Depois de ter sido criado em 2012, para Guimarães - Capital Europeia da Cultura, a peça Comer a língua, de Regina Guimarães, sobre as complexidades da língua portuguesa, chega em Novembro à Culturgest. Foi pensada para crianças.
Na dança, assinala-se o regresso da coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker, em Setembro, com Vortex Temporum, a apresentação em Novembro de Mixed Feelings, de Rafael Alvarez, e a estreia em Dezembro de Manger, do francês Boris Charmatz, espectáculo no qual o público poderá deslocar-se no espaço cénico, na garagem da Culturgest.
Outubro é sinónimo de DocLisboa, o mais relevante festival português dedicado ao documentário, que cumpre a 14.ª edição e contará com várias novidades, entre as quais a transição da secção Verdes Anos para uma competição e a criação de uma nova secção - Da Terra à Lua -, que vai estrear filmes de "realizadores-chave", como Wang Bing e Avi Mograbi.
A programação retoma os ciclos Isto é jazz?, com o Hamar Trio e Trojnik, e Hootenanny, dedicado aos blues, com a cantora e compositora Ana Popovic e os guitarristas Catfish Keith e Sérgio Silva, que assina Serushio.
No jazz, destaque ainda para o concerto, a 25 de Novembro, de Carlos Bica & Azul, um projecto do contrabaixista português repartido com Frank Möbus e Jim Black, que está a celebrar vinte anos.